O penúltimo candidato à Prefeitura de Teresina sabatinado durante o telejornal Bancada Piauí, da TV Antena 10, nesta quarta-feira (11) foi o candidato Santiago Belizário, do Unidade Popular (UP). Essa foi a oitava das 9 entrevistas realizadas pela TV Antena 10 para que os telespectadores possam se aprofundar sobre as propostas e planos de governos dos candidatos. Santiago, em entrevista, falou sobre revitalização do Centro, renegociação de dívidas, mudanças na gestão e mais.
Santiago iniciou falando sobre o objetivo do Unidade Popular e de sua candidatura, que é levar voz ao povo, aos trabalhadores e às pautas das pessoas mais humildes e vulneráveis.
“Nossa candidatura já quebra com esse lugar de política tradicional dos engravatados, dos ricos, quem vem de tradição das famílias políticas. Nossa candidatura vem colocar o nosso povo nesse espaço de disputa porque é nosso por excelência. Nosso principal compromisso é avançar na organização de trabalhares e trabalhadoras, virar essa chave. Nós vivemos na cidade, vivemos o drama dela, mas não temos o poder de decisão. Visitam nossos bairros com promessas, mas quando passa a eleição a gente não decide mais nada da cidade”, disse.
O candidato falou também sobre a revitalização do Centro, pauta muito discutida durante a eleição deste ano, e do projeto de transformar em moradia os prédios abandonados no local.
“Podemos fazer isso do ponto de vista da cultura, mas essencialmente é o nosso povo morando no Centro da cidade, onde é mais fácil ter acesso à saude, à educação. Existem mais de 2 mil imóveis abandonados no Centro da cidade, uma parte inclusive da Prefeitura, do Estado, da União, e que há 10, 15, 20 anos estão abandonados e não cumprem função social. Como a gente consegue falar de dar vida ao Centro sem falar em transformar isso em moradia popular? Não é difícil, é possível”, explicou durante sabatina na TV Antena 10.
Um dos pontos discutidos foi a frente emergencial de trabalho descrita em seu plano de governo e que vai atuar em diversas áreas, como a de educação. “Por exemplo, hoje em Teresina tem diversos educadores populares; quando a gente olha pro recorte da nossa cidade, Teresina ainda tem uma media de 7,2% de pessoas não alfabetizadas. Então a prefeitura vai organizar uma equipe técnica, organizar todos esses profissionais que já fazem esse trabalho em suas comunidades, e vai fazer um programa emergência para garantir que nos primeiros meses a gente possa erradicar o analfabetismo em Teresina”, falou o candidato.
O candidato ainda comentou sobre a falta de recursos e como isso pode ser solucionado. Segundo Santiago, a Prefeitura possui dinheiro, mas o mesmo está mal distribuído e pode ser aplicado de maneira certa para contribuir com o povo.
“A gente escuta muito que não se tem dinheiro, que se aplica o estado mínimo porque hoje ele não tem recursos suficientes, mas ao mesmo tempo que a gente olha, inclusive agora, vários escândalos de desvios de recursos de saúde e na educação. Esse discurso é mentiroso e estamos defendendo o congelamento das dividas publicas, que hoje a gente consiga fazer uma auditoria dessas dívidas e conseguir saber como está sendo utilizado esse recurso. Precisa fazer a revisão desses contratos superfaturados, empresas hoje que são de colegas e amigos dos políticos da cidade, que se beneficiam do dinheiro publico. E daí vai ter todos os recursos para todas as obras de infraestrutura pro nosso plano de governo ter efetividade”, relatou.
Santiago ainda defende a estatização como solução para a crise do transporte público. “A gente tem defendido a estatização porque e a gente acredita que o empresario é só uma figura ilustrativa porque hoje o que mantém o sistema funcionando é o dinheiro público e a tarifa, então ele enriquece em cima de uma realidade que o nosso povo sofre cotidianamente. A gente acredita que só consegue ter uma tarifa social, garantir mobilidade, se tiver uma empresa pública que consiga fazer o controle”, falou.
Outro ponto do plano de governo foi a proposta para que os gestores da prefeitura utilizem apenas da educação e da saúde pública com o objetivo de os serviços serem melhorados para toda a população.
“Tornar obrigatório a utilização do SUS, tornar obrigatório que seus filhos estejam matriculados na escola pública faz com que o compromisso seja real, vai ser mais difícil o dinheiro não chegar se o prefeito ficar doente, for pro HUT, e não tiver um médico, um atendimento. No Hospital do Buenos Aires que eu fui com minha mãe o soro foi preso com uma luva porque não tinha esparadrapo dentro do hospital”, finalizou.