*Por Karine Barbosa
CEO ConstelArt (@constelart2)
Muitas pessoas já conhecem o recurso das Constelações Familiares Sistêmicas. Se tratam de uma ferramenta inovadora que surgiu na Europa e se expandiu pelo mundo por meio do filósofo alemão Bert Hellinger. Desde que partiu, seu legado segue adiante por meio do instituto Hellinger Sciencia, fundado por Bert juntamente com sua esposa, Sophie Hellinger. É importante citar que muitos outros consteladores seguem elaborando seus conhecimentos em torno da obra que Anton Suitbert* construiu ao longo de seus cerca de 70 anos de prática sistêmica.
As Constelações se mostram como um instrumento bastante eficaz para o trabalho com pessoas, pois trazem algo revolucionário consigo, a percepção de que os problemas que não conseguimos resolver por meio de recursos convencionais e que apresentam padrões de repetição dentro do nosso universo sistêmico-familiar são originados de vinculações inconscientes entre nós e alguns entes consanguíneos que nos antecederam, podendo este vínculo também ser relacionado a alguém que se envolveu intensamente com uma dessas pessoas.
Essa nova forma de compreender o universo das relações permitiu que os profissionais de ajuda tivessem um novo repertório a sua disposição para resolver problemas complexos que antes levavam até uma década para que fossem desvendados.
O que ainda é novidade para muitos é que essa técnica também pode ser aplicada no universo empresarial por meio das Constelações Organizacionais. Obviamente, existem algumas diferenças que são fundamentais no momento da prática, porém o ponto de cruzamento é que a empresa também é considerada um sistema – assim como a família – e como tal, seus membros se encontram vinculados, desse modo a forma como esses vínculos se desenrolam pode afetar o futuro da empresa e o papel da constelação organizacional é trazer à tona o fato sistêmico que deu origem a determinada problemática na empresa, como uma incessante rotatividade em determinado setor, apesar de todo o investimento dispensado em treinamentos ou a dificuldade de encontrar alguém para ocupar um determinado cargo vago, apesar de todos os atrativos, dentro outras situações e a partir disso promover orientações para que seja possível ajustar a deficiência da empresa. Isso sem citar na eficácia do recurso quando agregado enquanto consultoria para construir o plano de sucessão empresarial.
Escrevendo aqui essas linhas, me vem à mente a transcrição de uma constelação empresarial realizada pelo próprio Bert Hellinger em um curso na Áustria, em 2008. Na ocasião uma empresaria tinha uma decisão para tomar, mas a dúvida estava lhe consumindo. Primeiro ela disse que tinha um Instituto junto com outras quatro mulheres e queria mudar de cidade com ele e ampliá-lo lá. No desenrolar da constelação percebe-se que o instituto não tem mais força nem para continuar, muito menos para ir para outra cidade e todas as representantes das demais mulheres manifestam desejo de se desligar do instituto, ou seja, a “alma” da empresa apresentava um desejo totalmente destoante do dela. Visto isso, a mulher acrescentou que tinha mesmo era vontade de fundar um hotel nessa nova cidade. Quando então Bert colocou o Hotel e o Instituto na nova cidade, não teve outra, o representante do hotel ficou resplandecente e olhando confiante para frente, enquanto o instituto fica nervoso e agitado. Nesse ponto a constelação foi interrompida. Disso ela pôde tirar suas conclusões.
Certa vez fui procurada por uma pessoa que queria saber se permanecia em uma parceria em que estava há muito tempo ou se aceitava uma proposta nova que sua empresa havia recebido. Quando colocamos a situação e iniciamos a constelação a empresa fugia da parceria atual... Depois de um tempo fui procurada pelo cliente e ele me disse que descobriu que estava sendo roubado pelo parceiro antigo...
Enfim, as Constelações trazem um repertório imenso para o trabalho com pessoas em empresas e organizações. E os empresários que entenderem isso primeiro vão entender mais rapidamente que em questão de poucos minutos podem economizar dinheiro e tempo ao tomar decisões mais assertivas.