O delegado da Polícia Civil do Piauí, Tales Gomes, deu detalhes, em entrevista à TV Antena 10 e ao A10+, sobre a prisão do tenente Alexandre Tupinambá, suspeito de envolvimento na morte de um caseiro para se beneficiar de um seguro de vida avaliado em R$ 1,5 milhão no Piauí. Segundo o delegado, o suspeito é um homicida serial, que planeja crimes simulando situações de descargas elétricas para então ficar com seguro de vida das vítimas.
"O certo é que nós estamos, conforme narrativa da promotora que deu parecer pela prisão preventiva e também pelo juiz lá de Santo Inácio, em frente a um homicida serial. Você ver que ele planeja as mortes, contrata seguros e usa esse artifício de dissimular serviços. O relato do Baixinho ratifica tudo o que já tinha sido investigado por conta do Alexandre, a contratação de seguro e a simulação de morte por descarga elétrica para que ele ficasse com o seguro", detalhou o delegado.
Durante entrevista o delegado explicou também que um dos motivos para a prisão foi o fato de o tenente ter ameaçado uma das pessoas que prestou depoimento sobre o caso. Além disso, ele teria também coagido outras pessoas como a ex-esposa e o cunhado.
"Um dos motivos que ensejou a prisão foi porque nós fizemos uma oitiva na segunda-feira e quando na terça ele (tenente), foi no escritório dessa pessoa, falou determinadas frases que a pessoa se sentiu coagida, ameaçada, assim também como o funcionário que não morreu, a ex-esposa, o cunhado, estão todos temerosos com sua integridade física por conta do Alexandre, que demonstrou com essas ações, que é perigoso e a liberdade dele pode prejudicar o bom andamento do processo", detalhou.
Somado às outras provas, o tenente foi preso temporariamente, inicialmente, e em seguida teve prisão preventiva decretada. A polícia investiga uma tentativa de homicídio, no qual o policial teria tentado matar um outro funcionário. Ele segue preso e está à disposição da Justiça.
Prisão preventiva
A Polícia Civil do Piauí cumpriu, neste domingo (16), um mandado de prisão preventiva contra o tenente Alexandre Tupinambá, suspeito de ter envolvimento em um homicídio qualificado e ter se beneficiado com o seguro de vida avaliado em R$ 1,5 milhão. A vítima era seu caseiro. Durante as diligências desse caso, as equipes identificaram também uma tentativa de homicídio contra outro funcionário do oficial, com as mesmas características.
O policial militar já está detido desde o último dia 18 de outubro, em razão da prisão temporária expedida no inquérito que apura a morte de José de Ribamar, caseiro do tenente, ocorrida em abril de 2023 em um sítio localizado na comunidade Caju, município de Santo Inácio do Piauí.
Reprodução
A princípio a causa da morte era apontada como acidente por descarga elétrica. Ao longo das investigações, no entanto, análises de documentos revelaram indícios de falsificação, ameaças a testemunhas e possível simulação da cena do crime.
Após prisão temporária, novas diligências das equipes apuraram a existência de um segundo seguro de vida, desta vez no valor de R$ 1 milhão, contratado em nome de outro funcionário, conhecido como “Baixinho”, ligado à família da ex-esposa do tenente. Nesse caso, o próprio Alexandre figurava como beneficiário.
Outras acusações
O oficial também é investigado pelos crimes de estelionato e falsificação de documentos. As investigações da Polícia Civil apontam que os prejuízos causados pelas fraudes chegam a cifras milionárias e que mais de dez pessoas teriam sido lesadas, entre elas, a própria esposa do policial e a conselheira do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Flora Izabel.
Alepi
Segundo as investigações, quando o crime contra Flora Izabel ocorreu, ela ainda exercia o mandato de deputada estadual. Alexandre Tupinambá integrava sua equipe de segurança, designada pela Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi), e teria furtado um talão de cheques da parlamentar durante o período em que prestava o serviço.