Deolane Bezerra deixa a cadeia após decisão da Justiça de Pernambuco

Desembargador relaxou a prisão dela e de outros 16 investigados da operação Integration

A influenciadora digital e advogada Deolane Bezerra deixou a Colônia Penal Feminina de Buíque, no Agreste de Pernambuco, por volta do meio-dia desta terça-feira (24), depois de 20 dias presa. Ela foi beneficiada por uma decisão judicial, proferida na noite de ontem, que determina a soltura de investigados na operação Integration, que investiga lavagem de dinheiro envolvendo apostas ilegais.

O desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, da 4ª Câmara Criminal do Recife, permitiu que Deolane, a mãe dela, Solange Bezerra, e outras 15 pessoas que haviam sido presas preventivamente respondam ao processo em liberdade.

  
Deolane Bezerra deixa a cadeia após decisão da Justiça de Pernambuco Record
 
 
 

Ela havia obtido um habeas corpus no começo do mês, mas ficou livre por poucas horas. Segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco, Deolane teve sua liberdade revogada por ter descumprido medidas cautelares impostas a ela.

Ela concedeu uma entrevista na porta da cadeia com críticas ao delegado do caso. Também publicou uma foto com a boca coberta por uma fita, sugerindo que estava proibida de falar.

O magistrado que assinou a decisão recente sustenta que que até o momento não foi oferecida denúncia contra os investigados e, por isso, não há motivo para que eles continuem presos.

O caso

A 42ª Operação de Repressão Qualificada, denominada Integration, foi deflagrada em 2023 pela Polícia Civil de Pernambuco, com colaboração das polícias civis de São Paulo, Paraná, Paraíba e Goiás. A ação mira uma organização criminosa suspeita de envolvimento em jogos ilegais e lavagem de dinheiro.

As autoridades dizem que entre os alvos estão grupos ligados às bets (sites de apostas esportivas), que são regulares, mas afirmam que o alvo da investigação são os jogos de azar online, atividades não permitidas pela lei. Há indícios de que essas empresas eram usadas para lavar dinheiro do jogo do bicho, diz a polícia.

Segundo o Ministério da Justiça, a organização usava várias empresas de eventos, publicidades, casas de câmbio e seguros para lavar dinheiro por meio de depósitos, transações bancárias e compra de veículos de luxo, aeronaves, embarcações, joias, relógio de luxo, além da aquisição de centenas de imóveis.

A investigação começou com uma apreensão de R$ 180 mil e foi dividida em três fases: aquisição, ocultação e integração do dinheiro ao patrimônio dos envolvidos — esta última é a que ocorre agora e motivou a prisão de Deolane e do cantor Gusttavo Lima, na segunda-feira (23) — ele está fora do país.

Um avião apreendido no começo do mês está em nome da empresa do sertanejo, mas era operado pela J.M.J Participações Ltda., de José André da Rocha, dono da Vai de Bet.

A Justiça entendeu que o artista ocultou R$ 22 milhões da venda da aeronave e outros R$ 9,7 milhões provenientes de jogos ilegais.