MEC anuncia recomposição de R$ 400 milhões no orçamento dos institutos e universidades federais

Ministério da Educação também prevê liberar outros R$ 300 milhões nos próximos dois dias para universidades; entenda

O ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou, na manhã desta terça-feira (27), que a pasta vai recompor R$ 400 milhões no orçamento das universidades e institutos federais. O montante havia sido cortado da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025 ao passar pelo Congresso.

Além disso, o MEC deve liberar, nos próximos dois dias, R$ 300 milhões que estavam retidos devido ao decreto que alterou os critérios de repasse do governo, reduzindo a liberação mensal de 1/12 para 1/18 do Orçamento anual (entenda abaixo).

  

Universidade Federal do Piauí (UFPI)
Divulgação
   

As medidas foram informadas após reunião do ministro da Educação com reitores das universidades federais no Palácio do Planalto, em Brasília, que também contou com a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“Anunciamos hoje que vamos, nos próximos 2 dias, recuperar todo o financeiro [das universidades e institutos federais], porque com o decreto que incluía as universidades federais na divisão do Orçamento de 1/12 para 1/18 avos, ficou retido algo em torno de 300 milhões das universidades federais. Então, isso será regularizado nos próximos 2 dias e será feito a transferência desse recurso para normalizar a situação”, disse Camilo.

O ministro acrescentou que, a partir de agora, as instituições federais ficam isentas de cumprir a regra do decreto da divisão orçamentária em 1/18, e voltam a medida de 1/12.

Camilo Santana também detalhou a criação de um grupo de trabalho. “Abrimos um grupo de trabalho que será representado pelo ministério [da Educação], com a participação de outros ministérios, para que a gente possa dar mais eficiência dos gastos das universidades. Para que a gente possa, nos próximos meses, apresentar um projeto de lei para o Congresso Nacional que ofereça mais sustentabilidade orçamentária às instituições”, disse.

O ministro citou, por exemplo, o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), que garante o financiamento da educação básica. “A gente pode ter também uma lei nacional que garanta os recursos das nossas universidades para o ensino superior no Brasil [nos moldes do Fundeb]”, citou.

Por fim, o ministro assegurou que nenhum contigenciamento, corte de gastos ou bloqueio de recursos anunciado pelo governo federal vai afetar o orçamento das universidades e instituto federais. “Foi uma reunião muito proveitosa, com bons resultados, mostrando o compromisso do governo. E mesmo com os bloqueios ou cortes que forem realizados as universidades federais ficam de fora de qualquer contingenciamento”, garantiu.

Outras melhorias

O ministro da Educação defendeu outras melhorias feitas pelo governo federal. Ele destacou que o orçamento geral das universidades cresceu nos últimos anos. “Porque a universidade não é só o custeio do pagamento da energia, do pagamento do terceirizado. A universidade também são pessoas. É professor, é servidor. Para vocês terem uma ideia, o governo federal deu 9% de reajuste [aos servidores] no primeiro ano”, citou.

Camilo Santana também mencionou o aumento de 118% do valor do vale alimentação, que saiu de R$ 458 para R$ 1.000, e o aumento em 50% do auxílio creche e do auxílio saúde. “Foram uma série de medidas que foram feitas. O orçamento das universidades cresceu. A grande reclamação das universidades era o gasto discricionário, mas no geral houve um grande crescimento”, disse.