Professor da rede pública estadual é demitido após oferecer dinheiro para que alunas saíssem com ele no Piauí

Segundo relatório, as condutas irregulares ocorreram nas dependências das escolas, por telefone e em locais fora das unidades

Um professor identificado como Glaydson Souza Freire foi demitido do quadro de pessoal da Secretaria de Educação do Piauí por ter oferecido dinheiro a alunas para que saíssem com ele. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado nessa quinta-feira (3) após um Processo Administrativo Disciplinar. 

Segundo o relatório, as vítimas na época do caso, em 2020, eram alunas das escolas Auristela Soares Lima e do Centro Estadual de Tempo Integral Solange Viana. Os pais de uma aluna da Unidade Escolar Auristela Soares Lima relataram ao diretor da escola que o docente ofereceu dinheiro à menina para saírem juntos e que também tentou tocá-la indevidamente. 

  

Alunas eram convidadas para dar um volta com professor, conclui processo disciplinar Divulgação
   

Tanto a adolescente quanto a mãe informaram ainda que ele chamava outra aluna para "dar uma volta" fora do horário escolar. Em outubro do mesmo ano foi instaurado um processo administrativo disciplinar para apurar a conduta do servidor. 

O relatório também mostra que aluna da 6º série da Unidade Escolar Solange Sinimbu Viana Area Leão afirmou que o servidor teria tentado beijar alunas e que as meninas eram constrangidas com palavras indecorosas e com conotação sexual.

"A testemunha informou em sua oitiva que uma de suas alunas a procurou para conversar dizendo que estava sofrendo assédio do processado através de suas palavras indecorosas e com conotação sexual. Outra aluna, em sua escuta especializada igualmente confirmou que o professor a constrangia com palavras", diz trecho do processo.

Durante o processo, Glaydson Souza foi ouvido e  alegou ausência de provas. Entretanto a autoria e a materialidade das infrações cometidas foram excessivamente caracterizadas nos autos, consta na decisão.

“Não merece prosperar a alegação de inocência do processado, haja vista que ficou comprovada a autoria e a materialidade das infrações disciplinares que incompatibilizam o servidor para o exercício do magistério e com a missão de educador. As provas testemunhais colhidas, as escutas especializadas e o Relatório da Comissão demonstram que o processado não regulou sua conduta pelos preceitos da decência, do zelo pelo bom nome da escola, do respeito à comunidade escolar e da legalidade”, avalia a comissão.

Diante do relatório, o governador Rafael Fonteles assinou a demissão do professor Glaydson Souza  em virtude de descumprimento dos deveres funcionais.