Após fazer críticas à cantora Anitta durante uma apresentação ao vivo sobre a tatuagem ousada da artista e a utilização da Lei Rouanet, o cantor Zé Neto, da dupla com Cristiano, abriu uma crise no mercado de shows. Por conta de suas declarações, que acabou dando origem a uma série de questionamentos a respeito das verbas destinadas a apresentações de cantores sertanejos e sem licitação, alguns artistas passaram a perder cachês milionários em cidades pequenas e viraram alvo do Ministério Público.
Um dos afetados com a discussão foi o sertanejo Gusttavo Lima, que teve show suspenso e outros investigados pelo Ministério Público.
Veja cronologia dos fatos:
Dia 12 de maio
Durante show em Sorriso (MT), o sertanejo Zé Neto fez um discurso ironizando a "tatuagem no t..." de Anitta e dizendo que ele e o parceiro de palco, o cantor Cristiano, são artistas que "não dependem da Lei Rouanet".
O sertanejo virou alvo dos fãs de Anitta nas redes, além de ter sido exposto por falar da Lei Rouanet — sendo que a dupla faz apresentação com verbas de prefeituras, inclusive em Sorriso, por R$ 400 mil.
21 de maio
O cantor sertanejo Zé Neto, da dupla com Cristiano, voltou atrás e se desculpou após criticar Anitta em um show. Em uma série de vídeos e um texto publicado em seu Instagram, Zé Neto disse que nunca quis incitar o ódio e que só queria mostrar um novo ponto de vista.
“É muito fácil atacar alguém e ver o povo vibrar com isso. Nunca foi essa a minha intenção. Só quis mostrar um outro ponto de vista. Mas respeito a opinião de cada um. Entendi que o ódio não trás nada a ninguém”, disse o cantor.
29 de maio
Com as discussões em cima dos shows pagos com dinheiro público, o foco passou para Gusttavo Lima, que teve os maiores cachês revelados até agora. Três contratações são alvo do Ministério Público — o sertanejo não é investigado, mas sim as prefeituras.
No mesmo dia, Anitta chegou a soltar no Twitter: "E eu achando que tava só fazendo uma tatuagem no tororó“.
30 de maio
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) abriu um inquérito civil para apurar supostas irregularidades referentes a gastos com a festa de aniversário de Magé, na Baixada Fluminense. Uma das atrações contratadas é o cantor sertanejo Gusttavo Lima.
Outro evento atingindo pela repercussão do alto cachê do sertanejo foi na cidade de Conceição do Mato Dentro, na Região Central de Minas Gerais. O Município cancelou a apresentação do cantor, que custaria aos cofres da cidade o valor de R$ 1,2 milhão.
Em um vídeo divulgado em rede social da Prefeitura da de Conceição do Mato Dentro, o prefeito Zé Fernando (MDB), afirmou que a festa "foi envolvida em uma guerra político-partidária, que nada tem a ver com a cidade".
31 de maio
O cantor Gusttavo Lima desabafou no Instagram, na noite de segunda-feira (30), sobre a contratação de shows públicos com altos cachês agendados em cidades de Minas Gerais e Rio de Janeiro. O Ministério Público investiga a cobrança dos valores em diferentes prefeituras.