O Comando-Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí lamentou a morte dos brigadistas José Almir Portugal e Edinelson Maciel, que faleceram tentando apagar um incêndio de grandes proporções que atingia uma fazenda na cidade de Uruçuí, localizada a cerca de 530 quilômetros de Teresina. Em nota divulgada nesta terça-feira (24), a instituição destacou os riscos da profissão e a importância das brigadas no combate aos focos em todo o país.
Os dois homens estavam tentando apagar o fogo, que atingia árvores dentro da propriedade, mas em decorrência da intensidade, ambos acabaram sofrendo queimaduras. Zé Almir teve aproximadamente 80% do corpo carbonizado. Já Edinelson teve queimaduras de terceiro grau e foi socorrido para o hospital, mas teve a morte confirmada na manhã de hoje.
"Lamentamos profundamente a perda desses dois homens de Uruçuí. Só nós e Deus sabemos os riscos que enfrentamos a cada foco de incêndio, a cada ocorrência. Diante dessa tragédia, fica a reflexão de que precisamos da colaboração da população e que, principalmente, não somos heróis. Temos limitações e obstáculos, por isso é prudente solicitar nossa ajuda sempre que possível, seja para um militar, um brigadista ou até mesmo um cidadão comum", declarou o Subcomandante Geral dos Bombeiros Militares do Piauí, Coronel José Veloso.
Para combater os incêndios de grandes proporções em várias partes do Estado, o Comando de Operações dos Bombeiros Militares do Piauí informou ainda no comunicado que vem intensificando as visitas e os treinamentos das brigadas municipais.
“Infelizmente, os riscos envolvidos nessas situações afetam diretamente membros de dois grupos essenciais no combate aos focos de incêndio: os Bombeiros Militares e as brigadas de incêndio. Equipes de Especialistas em Combate a Incêndios Florestais do Corpo de Bombeiros Militar do Piauí, que fazem parte do acordo Técnico-Operacional com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), continuam monitorando o fogo no interior do Estado e treinando novos brigadistas”, diz a nota.
O Governo Federal, por meio do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), juntamente com o Governo do Estado, representado pelo Corpo de Bombeiros Militar do Piauí (CBMEPI), pela Defesa Civil Estadual e pela Semarh, além de outros órgãos que compõem a força-tarefa de combate aos incêndios florestais no Piauí, participam desde o último dia 18 de setembro, das visitas técnicas operacionais. Essas visitas têm como objetivo expandir o processo de monitoramento das brigadas municipais e realizar o cronograma de ações de treinamento das equipes de brigadistas.
"As visitas continuam ao longo desta semana, abrangendo cidades da região Sul e Sudoeste do Estado, como nas proximidades de Picos, onde nossos oficiais realizam todas as ações previstas no acordo. Isso inclui palestras, treinamentos, e, em parceria com a Semarh, certificamos as brigadas como aptas a atuar com os equipamentos e estratégias adequadas", destaca o capitão dos Bombeiros Militares e responsável pelas visitas in loco, William Bogéa.
Atualmente, cerca de 66 municípios do Estado possuem brigadas, compostas em média por 13 a 20 brigadistas, totalizando mais de 850 homens.
O Subcomandante Veloso enfatiza que, apesar das dificuldades logísticas para atender todas as ocorrências no Piauí, a parceria entre os voluntários e as equipes da Corporação tem sido fundamental no enfrentamento das queimadas que atingem o Estado.
"Gostaríamos de ter equipes nas principais regiões afetadas pelos incêndios, mas isso ainda não é possível. Mesmo assim, onde somos chamados, os Bombeiros Militares fazem de tudo para estar presentes, seja com grupamentos, brigadas ou até mesmo com o auxílio da Polícia Militar e sua aeronave, que já foi utilizada em alguns casos este ano", ressalta José Veloso. "A nossa intenção é cumprir a missão com eficiência e em coordenação com os demais órgãos do Estado", completou.