O Governo do Piauí segue sofrendo críticas de internautas e até políticos da oposição por ter usado negros como bandidos em uma peça publicitária divulgada nas redes sociais. As imagens mostram dois jovens negros roubando o celular de um homem branco.
O vídeo divulgado, que já foi até apagado, inclusive das redes do governador Rafael Fonteles, fazia parte da divulgação do programa "Meu Celular de Volta" da Secretaria de Segurança Pública do estado (SSP-PI), que possui como foco a recuperação de aparelhos alvos de roubos e furtos.
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A imprensa nacional chegou a repercutir a campanha que foi duramente criticada. Em nota, a Secretaria de Comunicação (Secom) do Piauí afirmou que o vídeo "não tem qualquer conotação racista", e os atores negros são influenciadores digitais piauienses "reconhecidos por produzirem conteúdos semelhantes".
Como foi?
A campanha mostrava um homem ouvindo música no fone de ouvido, com o telefone nas mãos. Distraído, ele não percebe quando é roubado por outros dois rapazes negros, que fogem com o aparelho. Ao fim do vídeo, os criminosos são presos por policiais e o celular é recuperado. O governador chegou a compartilhar o vídeo no dia 12 de outubro, mas depois da polêmica, o conteúdo foi excluído.
Nas redes sociais, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), principal opositor do PT no Piauí, definiu a propaganda como um "desastre" e "totalmente preconceituosa". Para o parlamentar, a campanha indica que a violência é "culpa das pessoas negras e pobres".
A peça publicitária foi inspirada no filme “Ai Que Vida”, dirigido por Cícero Filho, e conta com a participação de atores do elenco original. No vídeo divulgado pelo governo, o homem assaltado é interpretado por Rômulo Augusto, que também atuou no longa. Já os ladrões são vividos pelos influenciadores digitais André Luiz e Santiago Costa.