“Que vergonha”, diz pai sobre retorno de acusado de matar Emilly Caetano aos quadros da PM-PI

Aldo Dornel voltará a ocupar cargo após decisão da justiça do Piauí

(Atualizada às 13h55)

Familiares de Emilly Caetano, menina morta a tiros durante perseguição policial em Teresina, lamentaram a decisão que determinou o retorno de Aldo Luís Barbosa Dornel aos quadros da Polícia Militar do Piauí. O caso ocorreu em 2017. Nesta semana, o governador Rafael Fonteles (PT) assinou a nomeação do acusado por ‘força de decisão judicial’ proferida no cumprimento de sentença, em trâmite na 1ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública da Comarca de Teresina.

Aldo Donel tinha sido exonerado em 2018 após ser acusado pela morte da menina que, na época, tinha apenas 9 anos. Ele recorreu e agora poderá voltar a exercer o cargo de soldado. Em vídeo, o pai Evandro Costa lamentou a decisão e afirmou que o ex-PM destruiu toda a família.

  

“Que vergonha”, diz pai sobre retorno de acusado de matar Emilly Caetano aos quadros da PM-PI
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“Notícia inesperada… não esperava isso. O cara que matou minha família, destruiu minha família, está de novo aos quadros da Polícia Militar. Que vergonha! O cara foi reprovado em todos os requisitos, atirou no meu carro, matou minha filha de 9 anos. Peguei um tiro e estou surdo do ouvido [por ter sido atingido por disparo] e perdi 30% da minha memória”, descreveu o pai. 

Emilly Caetano foi assassinada com dois tiros nas costas durante uma abordagem de policiais do 5º Batalhão da Polícia Militar em dezembro de2017. Os pais da menina também foram atingidos, mas sobreviveram. O caso aconteceu quando os policiais militares Aldo Dornel e cabo Francisco Venício Alves perseguiram o carro em que estava Emilly e sua família alegando que o veículo possuía características iguais a de um carro que estava sendo utilizado em assaltos.


Aldo foi preso em flagrante no dia 26 de dezembro de 2017, após o crime, e depois teve sua prisão convertida em preventiva. No dia 21 de setembro de 2018 o acusado foi posto em liberdade para ser submetido a julgamento pelo Tribunal Popular do Juri.

Horas após a divulgação desta matéria, o cantor Evandro Costa participou do Balanço Geral Piauí, da TV Antena 10. Ele não segurou a emoção e chorou durante o programa. Assista aqui! 

Entenda o caso

O A10+ apurou que durante o processo para ingresso no cargo de Soldado da PM, Edital n°04/2009, Aldo Dornel foi primeiramente reprovado na etapa de exame psicológico, a 4° daquele certame. De acordo com a decisão da 1° Vara dos Feitos da Fazenda Pública, Aldo e outros candidatos entraram com uma liminar querendo a nulidade do exame, que primeiramente foi negada.

Naquela ocasião, Aldo Luís Barbosa Dornel foi considerado insuficiente nos quesitos controle emocional, ansiedade, impulsividade, flexibilidade e disciplina.

Em outra etapa do processo, Aldo entrou novamente com pedido de nulidade do exame psicológico, que foi julgado parcialmente procedente. Durante o processo foi afirmado que o certame “não cumpriu o requisito, jurisprudencialmente fixado, relativo à possibilidade de revisão de seus resultados, fundamento que acarreta sua nulidade”.

  

Abordagem aconteceu na Avenida João XVIII, zona Leste de Teresina
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