Órgãos de proteção às mulheres e delegacias se reúnem para discutir implantação de protocolo no PI

Debate reuniu órgãos como Secretaria de Segurança, Secretária Estadual das Mulheres e Delegacias de Proteção dos Direitos da Mulher

A Secretaria de Segurança do Piauí (SPP-PI) se reuniu nesta terça-feira (31) com membros da Secretaria Estadual das Mulheres e com representantes das Delegacias de Proteção dos Direitos da Mulher (Deams) para tratar sobre a implantação do Protocolo Espanhol “No Callem” no Piauí.

 

Órgãos de proteção às mulheres e delegacias se reúnem para discutir implantação de protocolo no PI
Divulgação

 

De acordo com o secretário da SSP-PI, Chico Lucas, o objetivo do protocolo é combater a crescente violência de gênero e sexual contra as mulheres piauienses e também melhorar o atendimento para quem for vítima de algum desses crimes. “Na implantação de um eventual protocolo a gente vai discutir aqui a capacitação também dos profissionais da Segurança Pública pra que a gente possa discutir como enfrentar essa violência contra a mulher, contra os vulneráveis”.

Segundo Chico Lucas, a implantação desse protocolo no Piauí já vinha sendo discutido entre os órgãos responsáveis, mas o violento assassinato da estudante Janaína Bezerra dentro da Universidade Federal do Piauí (UFPI) acelerou o debate sobre a necessidade de um cuidado maior com as mulheres piauienses e a violência sofrida todos os dias por elas.

  

Chico Lucas, secretário de Segurança
Jade Araújo / A10+

   

“Esse debate já era feito por esse grupo de profissionais, infelizmente essa morte ela precipitou o debate, mas já havia por parte da Secretaria um trabalho de campanhas, como por exemplo a ‘Não é Não!’ agora no carnaval e no Corso. A gente não pode naturalizar nenhum tipo de violência contra a mulher, então nesse sentido a gente tem que fazer esse debate”, explicou o secretário.

O secretário comentou ainda que é preciso um grande trabalho de conscientização em escolas, bares, hospitais ou em qualquer local que tal violência possa acontecer. Ele citou que ainda hoje vítimas são culpabilizadas pelos crimes que sofrem e que isso tem que ser mudado.

“As vezes a gente fica terceirizando, colocando só na responsabilidade dos atores estatais, quando também é um problema doméstico, de educação, de saúde. Então nós temos que envolver as escolas, os hospitais, bares, restaurantes, alguns veículos de comunicação; até a forma como é abordada uma reportagem às vezes responsabiliza a vítima por uma morte. Tudo isso tem que ser repensado”, pontuou.

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