O Atlas da Violência 2024, divulgado nesta terça-feira (18) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), apontou que o Piauí registrou o maior crescimento na taxa de homicídios por 100 mil habitantes em dez anos.
De acordo com o relatório, entre 2012 e 2022, a maior redução da mortalidade violenta veio do Distrito Federal (-67,4%), seguido por São Paulo (-55,3%) e Goiás (-47,7%). Os maiores aumentos ocorreram no Piauí (47,9%), seguido do Amapá (15,4%) e Roraima (14,5%). No estado piauiense, em 2012, a taxa era de 16,3% homicídios e passou a ser 24,1%, em 2022.
Somente em 2022, a Bahia teve a maior taxa de homicídios por 100 mil habitantes (45,1), seguida de Amazonas (42,5) e Amapá (40,5). As três menores taxas no ano vieram de São Paulo (6,8), Santa Catarina (9,1) e Distrito Federal (40,5). No âmbito nacional, as estatísticas oficiais mostram que o Brasil registrou 46.409 homicídios em 2022, uma taxa de 21,7 por 100 mil habitantes.
Em âmbito subnacional, 18 UFs apresentaram redução na taxa de homicídios registrados de jovens, entre 2012 e 2022. No estudo, pode-se observar grande heterogeneidade nos desempenhos, com o Distrito Federal, São Paulo e Goiás obtendo reduções respectivas de -72,1%, -58,9 e - 49,0%, ao passo que houve significativo aumento da taxa de homicídio juvenil nos estados do Piauí (64,6%), Bahia (23,5%) e Amazonas (19,5%). Quando é analisada a variação entre 2017 e 2022, 25 UFs lograram reduzir essa violência. O destaque negativo ficou para o estado do Piauí, onde houve um incremento de 29,0% no indicador.
Os pesquisadores fizeram um recorte por macrorregião e por municípios mais violentos com mais de 100 mil habitantes. A Bahia concentra sete das 10 cidades com maior número de homicídios no ranking, sendo as cinco primeiras Santo Antônio de Jesus (94,1%), Jequié (91,9%), Simões Filho (81,2%), Camaçari (76,6%) e Juazeiro (72,3%). Além disso, Salvador aparece como a capital mais violenta do país. No estado, praticamente todos os municípios litorâneos possuíam, em 2022, taxas acima de 47 homicídios estimados por 100 mil habitantes.