(Atualizada às 12h41)
Maria de Fátima da Silva, membro da família vítima de envenenamento em Parnaíba, litoral do Piauí, contou em entrevista exclusiva à TV Antena 10 e ao A10+ que a família esta destruída com as recentes perdas. Das 9 pessoas que foram internadas, 4 não resistiram às complicações e faleceram; outras 4 receberam alta e apenas a criança de 4 anos segue internada em Teresina. No ano passado a família já havia sofrido com a perda de duas crianças que morreram após comerem cajus envenenados.
Com seis pessoas da família mortas por envenenamento, entre elas, irmãos e sobrinhos, Maria de Fátima contou que está desolada. Na madrugada desta terça (07), o HEDA confirmou a morte de Francisca Maria da Silva, de 32 anos. Ela é mãe das outra duas crianças que faleceram após consumirem arroz envenenado.
"Olha eu tô destruída, não temos lágrimas para chorar, o que tinha de secar, secou, a perda é muito grande. A gente tá destruído. Minha mãe já passou mal, não está querendo comer. Vó é mãe duas vezes. Se pra mim como tia e irmã tá doendo e ela que é vó e mãe, perder dois filhos e ainda 4 netos de uma vez só.. é uma coisa que não tem como explicar. Uma família grande se despedaçou. Diante de 10 netos ficou 5, de 10 irmãos ficou 7 e daí já tira o sofrimento que a gente tá enfrentando", lamenta.
Veja abaixo a reportagem sobre o caso no Balanço Geral Piauí:
Confraternização de virada de ano que terminou em tragédia
O que iniciou com um momento fraterno em família terminou como uma tragédia. O arroz consumido pela família no dia 31 de dezembro de 2024 para esperar a chegada do novo ano se tornou elemento de análise por peritos da Polícia Civil do Piauí. Isso porque o mesmo alimento preparado no 31 e consumido novamente pelos membros da família no almoço de 1 de janeiro estava contaminado com a substância Terbufos, um agrotóxico para matar pragas.
Maria de Fátima, afirmou em entrevista à TV Antena 10 no dia 2 de janeiro que foi a responsável por preparar o arroz que foi consumido pela família, em Parnaíba, mas que ninguém passou mal no momento da confraternização.
“No dia da ceia foi muito feliz, estava os netos, os irmãos, os parentes da gente estavam aqui. Estávamos fazendo muitas coisas boa, fazendo planos e foi uma tragédia, todo mundo comeu e brincou, mas no outro dia foi essa tragédia que ninguém sabe como aconteceu. O arroz foi feito em um dia e no outro reutilizado e por isso a gente quer uma resposta logo", relatou.
Inicialmente, suspeitava-se que os peixes doados por um casal estivessem envenenados. No entanto, o laudo pericial descartou essa hipótese, e o casal responsável pela doação não é mais tratado como suspeito pela Polícia Civil. Agora a policia trabalha para identificar como a substancia foi parar no arroz.
"Quero uma resposta"
Ela finalizou pedindo pela resolução do caso e que o autor do envenenamento seja devidamente penalizado. “Eu queria pedir muito que desse uma resposta logo do que foi feito. Porque essa pessoa que talvez tenha feito, que pode estar dentro de casa, esteja entrando e saindo e a gente fica com medo”, desabafa.
Envenenamento que destruiu toda uma família
No total, nove pessoas da família foram afetadas pelo veneno. Ao passarem mal, as vítimas foram levadas para o Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (Heda). O caso ocorreu no dia 1º de janeiro deste ano na cidade de Parnaíba. A família é a mesma dos irmãos que, em 2024, morreram envenenados após consumires cajus.
O primeiro óbito foi de Manoel Leandro da Silva, de 18 anos, que morreu ainda na ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A segunda, Igno Davi da Silva, 1 ano e 8 meses. A filha de Francisca, Lauane da Silva, foi a terceira vítima que não resistiu. A quarta foi Francisca Maria da Silva, de 32 anos, cujo falecimento foi confirmado na madrugada desta terça-feira (07) no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (Heda), em Parnaíba, litoral do Piauí.
Receberam alta: Francisco de Assis Pereira da Costa, 53 anos (padrasto de Manoel e Francisca); uma criança de de 11 anos (filho de Francisco de Assis); uma adolescente de 17 anos (irmã de Manoel) e Maria Jocilene da Silva, 32 anos. Apenas uma criança, de 4 anos, segue internada no HUT. Não há atualizações do quadro de saúde dela.