Alandilson Cardoso Passos, namorado da vereadora eleita Tatiana Medeiros e um dos alvos da operação do Denarc contra uma organização criminosa suspeita de lavagem de dinheiro para o Bonde dos 40, foi preso na tarde desta quinta-feira (14) em um hotel de Belo Horizonte. A ação ocorreu em parceria com a Polícia Federal. Ele estava com a vereadora no momento da prisão.
O alvo é investigado como participante das transações do mercado financeiro do grupo criminoso com a facção, que teria movimentado cerca de R$ 2 bilhões. Os criminosos usavam a revenda e locação de veículos, além da venda de peças para lavar o recurso da facção. Alandilson estava com passagem comprada em um voo para São Paulo, no momento em que foi localizado.
O delegado Samuel Silveira ressaltou que não consta nada relacionado à Tatiana Medeiros no tocante às investigações.
Veja nota da parlamentar abaixo:
Eu, Tatiana Medeiros, advogada, informo que estou em viagem de descanso após uma campanha política bem-sucedida. Reitero que não há conhecimento de nenhuma investigação em curso envolvendo a minha pessoa e manifesto meu repúdio veemente a todas as matérias jornalísticas que me associam a fatos infundados e inexistentes.
A Operação
A investigação inicia a partir do núcleo central das ações criminosas, que seria um indivíduo identificado como Erisvaldo da Silva Cruz. "Ele é o principal articulador para a corretagem de drogas de vários traficantes de drogas relacionados ao Bonde dos 40. A partir das movimentações financeiras, conseguimos ampliar uma rede em que as empresas e os alvos se comunicavam financeiramente, todos tendo ele como núcleo central", explicou o delegado.
Das nove empresas utilizadas para a lavagem do capital da facção criminosa, duas são de um casal que, juntas, movimentaram mais de um R$ 1 bilhão. Josimar Barbosa de Sousa, a esposa dele Tereza Cristina de Sousa Pacheco e os filhos Angélica Florinda Pacheco e Caio Felipe Pacheco também foram alvos da operação.
"As duas empresas que mais movimentaram os recursos da organização são do Josimar. São empresas que mais operaram recursos diagnosticados como atípicos pelo Banco Central. Vale destacar que não é uma movimentação global das empresas, mas é o corte do Banco Central que aponta provável movimentação ilícita oriunda do tráfico de drogas", detalhou.
Os criminosos usavam a revenda e locação de veículos, além da venda de peças para lavar o recurso da facção. “Como se dava o branqueamento de capitais? Principalmente pela revenda de veículos, empresas de locação de veículos e empresas de peças de veículos. Uma delas que já havia sido interditada numa anterior operação, mas que continuava funcionando, infringido a lei, mas agora estamos promovendo a interdição dessa empresa, e de outras oito empresas que funcionavam para a atipicidade do recurso financeiro por meio da lavagem de dinheiro. Esse era o formato de lavagem de dinheiro: empresas que falsamente ou na realidade locavam o veículo, mas misturavam seu recurso com o dinheiro oriundo do tráfico de drogas", destacou.
Após as diligências, 13 pessoas foram presas em Teresina e Floriano no Piauí, Barão de Grajaú no estado do Maranhão e João Pessoa, em Paraíba. No total, 43 dos 190 veículos que constavam na investigação foram apreendidos, além de celulares e armas.