Saiba quem são os alvos e como funcionava o esquema de lavagem de mais de R$ 2 bilhões da facção Bonde dos 40 no PI, MA e PB - Polícia
OPERAÇÃO DENARC

Saiba quem são os alvos e como funcionava o esquema de lavagem de mais de R$ 2 bilhões da facção Bonde dos 40 no PI, MA e PB

Família com duas empresas movimentou mais de R$ 1 bilhão, aponta polícia


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(Atualizada às 12h38) 

O delegado Samuel Silveira deu detalhes, durante coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (14), sobre a operação contra organização criminosa suspeita de lavagem de dinheiro da facção Bonde dos 40. Foram cumpridos 45 mandados de busca e apreensão e 20 mandados de prisão, além do bloqueio de mais de 2 bilhões de reais e a interdição de 9 empresas no Piauí, Maranhão e Paraíba. 

A investigação inicia a partir do núcleo central das ações criminosas, que seria um indivíduo identificado como Erisvaldo da Silva Cruz. "Ele é o principal articulador para a corretagem de drogas  de vários traficantes de drogas relacionados ao Bonde dos 40. A partir das movimentações financeiras, conseguimos ampliar uma rede em que as empresas e os alvos se comunicavam financeiramente, todos tendo ele como núcleo central", explicou o delegado.


Das nove empresas utilizadas para a lavagem do capital da facção criminosa, duas são de um casal que, juntas, movimentaram mais de um R$ 1 bilhão. Josimar Barbosa de Sousa, a esposa dele Tereza Cristina de Sousa Pacheco e os filhos Angélica Florinda Pacheco e Caio Felipe Pacheco também foram alvos da operação.

"As duas empresas que mais movimentaram os recursos da organização são do Josimar. São empresas que mais operaram recursos diagnosticados como atípicos pelo Banco Central. Vale destacar que não é uma movimentação global das empresas, mas é o corte do Banco Central que aponta provável movimentação ilícita oriunda do tráfico de drogas", detalhou.

  

Família envolvida no esquema também foi presa
Reprodução

   

Os criminosos usavam a revenda e locação de veículos, além da venda de peças para lavar o recurso da facção. “Como se dava o branqueamento de capitais? Principalmente pela revenda de veículos, empresas de locação de veículos e empresas de peças de veículos. Uma delas que já havia sido interditada numa anterior operação, mas que continuava funcionando, infringido a lei, mas agora estamos promovendo a interdição dessa empresa, e de outras oito empresas que funcionavam para a atipicidade do recurso financeiro por meio da lavagem de dinheiro. Esse era o formato de lavagem de dinheiro: empresas que falsamente ou na realidade locavam o veículo, mas misturavam seu recurso com o dinheiro oriundo do tráfico de drogas", destacou.


Samuel Silveira destacou que os alvos presos já têm ficha criminal extensa e se comunicavam com intensidade com as empresas envolvidas. "Essas empresas interditadas, eram de fachadas, operando em imóveis precários, mas faziam movimentações astronômicas. Uma delas movimentou mais de R$ 600 milhões. O traficante jogava o recurso para indivíduo pessoa jurídica, depois recebia agregando o valor, e voltava para a empresa", detalhou.

Após as diligências, 13 pessoas foram presas em Teresina e Floriano no Piauí, Barão de Grajaú no estado do Maranhão e João Pessoa, em Paraíba. Quatro estão foragidos, são eles: Alandilson Passos, Jonatas Costa, Perícles Torres e Walso Roberto.  No total, 43 dos 190 veículos que constavam na investigação foram apreendidos, além de celulares e armas.

Um dos alvos, identificado como Alandilson Passos, tem um relacionamento com a vereadora eleita Tatiana Medeiros; ele está foragido. O delegado Samuel Silveira ressaltou que não consta nada relacionado à ela no tocante às investigações.

Veja nota da parlamentar abaixo:

Eu, Tatiana Medeiros, advogada, informo que estou em viagem de descanso após uma campanha política bem-sucedida. Reitero que não há conhecimento de nenhuma investigação em curso envolvendo a minha pessoa e manifesto meu repúdio veemente a todas as matérias jornalísticas que me associam a fatos infundados e inexistentes.

 

Material apreendido na Denarc 64
Divulgação/PC

   

"Nenhum parlamentar foi alvo dessa investigação. Um dado individuo que é alvo da operação, que movimentava dinheiro do tráfico, foi alvo. Se ele tem vinculo afetivo ou pessoal com qualquer parlamentar, não nos interessa. O que nos interessa é a atividade criminosa em operação. Havia um mandado de prisão preventiva contra esse individuo por força dessa investigação e para esse endereço e outros endereços também sofreram entrada da polícia", destacou.  

Confira as empresas envolvidas e valores que teriam sido lavados para a facção, segundo a Polícia.

  • BARÃO VEÍCULOS- R$ 684 milhões
  • CASA DOS ACESSÓRIOS- R$ 636 milhões
  • TOP CAR- R$ 420,05 milhões
  • J & J CONSTRUÇÕES- 100 milhões
  • CELL PRIME- R$ 68 milhões
  • LJ TRADER Educacional- R$ 67 milhões

Fonte: Portal A10+


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