A irmã de Francisco Fernando de Oliveira Castro, de 35 anos, preso como principal suspeito do duplo homicídio, ocorrido no Centro de Teresina, afirmou que ele teria confessado o crime por ligação e revelado a motivação. A declaração de Francisca Flávia de Oliveira Castro foi dada durante interrogatório à Polícia Civil.
Na ocasião, ao ser ouvido, Francisco Fernando permaneceu em silêncio. Apenas alegou abalo no estado emocional. "Nesse momento, estou abalado psicologicamente. Vou prestar depoimento futuramente, nesse momento, não", afirmou.
No entanto, Francisca deu detalhes da conversa que teve com o irmão logo após o crime e outras informações sobre o relacionamento entre ele e a vítima. "Ele me ligou, e disse: minha irmã, acabei com minha vida. Me perdoa. Cuida da nossa família. Eu matei o amante da Penélope e dei um tiro nela. Não sei se ela morreu, mas eu não queria matar ela, não. Eu passei uma 1h30 tentando falar com ele para não tirar a vida dele. Ele disse que ia se matar. Nós pensávamos que ele estava em Parnaíba. Eu disse a ele que minha mãe preferia ver ele preso, do que morto", afirmou.
De acordo com o documento, ela afirmou que o irmão disse que tinha feito "besteira" e não aguentava mais sentir "humilhação", após Penélope Brito assumir relacionamento com Thiciano Ribeiro. Eles se separaram em março desse ano. A mulher também revela que Francisco alegou uma suposta traição.
"Ele falou que ela estava traindo ele com esse homem. Na época, ele disse que ela estava chegando muito tarde em casa, e ele pediu para separar. Ele disse que ela estava tendo relacionamento com esse homem desde as eleições, ela comandante da guarda e ele secretário. [...] Ela não foi para o aniversário da minha mãe, disse que estava trabalhando, e ele viu no aplicativo do banco que ela estava em uma churrascaria de madrugada. Ele já estava suspeitando. Ela estava distante dele. Depois da separação, eles continuavam se falando. Ele já tinha conhecimento que ela estava se relacionando com ele [Thiciano], mas ele me falou sobre um dia, quando não conseguia dormir, que foi quando ele teve certeza. Ele estava com depressão, não saia, não estava com ânimo para trabalhar", detalhou.
A irmã diz que Francisco não falava ou demonstrava que cometeria o crime brutal. Ele estava com depressão, e o medo dos familiares era que ele atentasse contra a própria vida. "Ele falou hoje para mim que não estava aguentando, todo lugar que ele ia todo mundo ficava olhando, comentando, mas ele ainda não sabia que ela estava traindo ele com esse homem. [...] Ele falou que ele ia se matar, disse que ela não esperou ele se curar, Penélope não faz isso comigo, não, não me expõe, todo mundo sabendo que tu me traiu com ele, e tu vai ficar com esse homem", destacou.
Ela teria o convencido a ir até a casa dela, onde ela e o marido conseguiram pegar a arma dele. "Ele disse que não ia fugir, mas que não ia dar a vergonha de ser preso, ai ele foi lá para perto de casa. Eu entrei no carro e conversei com ele, pedi a arma e disse que ia ficar com ele até a polícia chegar. Ele não tinha pretensão de fugir. Arma que ele entregou ao meu marido foi a arma que ele atirou", explicou.
A delegada responsável pelo caso, Nathália Figueiredo, pediu à Justiça a prisão preventiva de Francisco Fernando. O inquérito deve ser concluído em 10 dias.
Coletiva de imprensa detalha momento da prisão e investigações iniciais
As forças de segurança do Piauí divulgaram, nesta quarta-feira (27), novas informações sobre o assassinato do vereador Thiciano Ribeiro e da comandante da Guarda Civil Municipal de Parnaíba, Penélope Brito. Francisco Fernando de Oliveira Castro, de 35 anos, foi preso como principal suspeito do duplo homicídio, ocorrido no Centro de Teresina, por volta das 9h da manhã.
Segundo o delegado Anchieta Nery, da Polícia Civil do Piauí (PCPI), Francisco Fernando teria saído da cidade de Parnaíba por volta das 00h30, já com o intuito de cometer o assassinato. O delegado relatou ainda que Penélope e Francisco estavam separados desde março.
“Trata-se de um crime passional. A gente em poucas horas conseguiu entender a dinâmica do crime graças às testemunhas oculares, as imagens, e conseguimos identificar o autor. Fomos a campo para fazer essa localização e a prisão em flagrante. Conseguimos localizá-lo e prendê-lo no carro que ele praticou o evento. Ele saiu de Parnaíba na madrugada de ontem, por volta 12h27, e veio com o intuito de praticar o crime. A vítima é ex-esposa do autor, então possivelmente ao final vamos ter um crime de feminicídio. Ainda tem que se juntar todo o material no inquérito. A vítima se separou do autor em março”, afirmou.