Delegado detalha operação que prendeu servidores do Detran-PI; cerca de 100 pessoas serão indiciadas

Operação foi deflagrada na manhã desta quinta-feira

O delegado Odilo Sena, titular do 13º Distrito Policial, detalhou à TV Antena 10 como funcionava o esquema criminoso desarticulado durante a operação "Hydra de Lerna", deflagrada nesta quinta-feira (30) em Teresina. Segundo o responsável pela investigação, o prejuízo está estipulado em 12 milhões de reais, com desmembramento em praticamente todo o país.

  

Delegado Odilo Sena detalha operação que prendeu servidores do Detran-PI
TV Antena 10

   

Segundo o delegado Odilo Sena, a investigação partiu de uma demanda da diretoria do Detran Piauí, que procurou a polícia. “De início a gente não imaginava do que se tratava, pensávamos que seriam veículos clonados, desmonte, mas não imaginava que se tratava de veículos que na verdade não existem, existe apenas na formalidade, num papel, que é o o documento preparado pelo Detran”, afirmou.

A quadrilha subtraia informações de empresas idôneas, onde eles tiravam chassis de veículo não emplacados, e falsificava a documentação, passando por diversos setores do Detran e através de pagamento de propina, chegava na mão finalmente o documento desses veículos. Com a documentação em mãos eles faziam o financiamento ou consórcio, ou até mesmo davam o carro que não existia, como garantia.

“Aí as duas pontas sofriam o golpe, a primeira ponta, que  é o consumidor, pessoa física ou jurídica, que não conseguia emplacar seu veículo porque o chassi já estava em outro veículo que só existia no sistema. E os bancos, que passavam a ser credores de veículos que tinham como garantia e que realmente não existiam”, revela Odilo Sena.

Até o momento 14 pessoas foram presas, entre elas, um servidor efetivo do Detran, outros três servidores investigados, um deles foragido. Além de despachantes, e outras pessoas investigadas. O esquema conta com quase 100 pessoas envolvidas entre servidores efetivos e terceirizados do Detran, empresários, e agentes públicos, com desmembramento em praticamente todo o país.

“A quadrilha supera as fronteiras dos estados, há membros por exemplo que atuam no Mato Grosso, Pará, Rio Grande do Sul, enfim. Eles alugavam imóveis, falsificavam a documentação da residência pra dizer que aquelas pessoas moravam lá, existia os laranjas, existia toda uma estrutura organizada, complexa e muito bem definida. Neste inquérito nós acreditamos que vamos vamos indiciar em torno de quase uma centena de pessoas”,diz.