Gaeco cumpre mandados em endereços ligados a empresa de trader acusado de aplicar golpes em investidores de Teresina e Timon

Foram apreendidos objetos nas residências de pessoas relacionadas à empresa XTREME, de propriedade de "Chico", que fugiu do país

(Atualizada às 13h56)

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Piauí (MPPI), e a Polícia Civil do Piauí (PC-PI) cumpriram 7 mandados de busca e apreensão nesta quinta-feira (18), sendo 5 em Teresina e 2 em Timon, no Maranhão, durante a Operação “Extrema Confiança”; foram apreendidos documentos, pendrives e aparelhos celulares nas residências de pessoas relacionadas à empresa XTREME, que atua na execução de serviços financeiros na Bolsa de Valores.


De acordo com a investigação, a empresa XTREME, representada por Francisco das Chagas Chaves da Silva, realizava operações de valores mobiliários na Bolsa de Valores do Brasil – B3 com o capital das vítimas e prometia rendimentos de até 10% mensais do valor investido.

  

Gaeco cumpre mandados em endereços ligados a empresa de trader acusado de aplicar golpes em investidores de Teresina e Timon
Divulgação

   

O delegado Luciano Alcântara contou à TV Antena 10 que a ação busca identificar se há formação de associação criminosa e a eventual participação de outras pessoas no esquema liderado por Chico, que desapareceu após deixar um prejuízo milionário a investidores.

"Nessa operação de hoje foi verificado se há associação criminosa, se há participação de outras pessoas. Os mandados de busca que foram pedidos foram para angariar e colher mais informações para verificação e comprovação futura do envolvimento de mais pessoas juntos a esse esquema que era realizado pela empresa Extreme", disse o delegado Luciano Alcântara.

Segundo o Gaeco, em 2025 a empresa parou de pagar os rendimentos dos investimentos e o seu representante desapareceu, deixando as vítimas com um prejuízo milionário; estima-se que mais de 300 pessoas foram vítimas do esquema no Piauí e Maranhão.

"A gente buscou manter o máximo de sigilo de todas as informações colhidas. Já  temos avançado com a oitiva de mais de 80 pessoas. É uma investigação muito complexa por conta da quantidade de vítimas. Temos vítimas que investiram tudo que tinham, venderam casa, carro. Hoje foi feita a coleta de materiais relacionados a empresa extreme e a pessoas que direta ou indiretamente trabalhavam com esse trader, o Chico", completou o delegado.

O trabalho contou com o apoio da Polícia Militar do Piauí (PMPI), por meio da Diretoria de Inteligência e do Batalhão de Operações Especiais (BOPE), Batalhão de CHOQUE, do Ministério Público do Maranhão, por meio do Gaeco, da Polícia Civil e da Polícia Militar do Maranhão. O material apreendido será analisado por equipes do Gaeco e da Polícia Civil do Piauí.

  

Foram apreendidos objetos nas residências de pessoas relacionadas à empresa XTREME, empresa de "Chico", que fugiu do país
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Entenda o caso

Segundo relatos divulgados, "Chico" convencia investidores a aplicar dinheiro em sua empresa, a “Extreme”, prometendo altos retornos financeiros. No início, os pagamentos de juros eram feitos regularmente, o que gerava confiança e levava os investidores a apostarem ainda mais. No entanto, Chico desapareceu em junho desse ano, deixando para trás sócios, clientes e investidores preocupados e sem resposta.

Em julho, Chico prestou depoimento por videoconferência e negou ter aplicado um golpe financeiro em pelo menos 300 pessoas. O delegado Luciano Alcântara confirmou à TV Antena 10 que o empresário deixou o país. Segundo ele, o empresário afirmou temer represálias, motivo pelo qual decidiu fugir do Brasil.