A Secretaria de Segurança Pública do Estado do Piauí divulgou detalhes de como agia a quadrilha presa durante a Operação Prodígio, deflagrada na manhã desta terça-feira (05). Foram 30 prisões, 25 mandados de busca e apreensão e bloqueio de valores em conta. As ações ocorreram nas cidades de Amarante, Floriano, Demerval Lobão, Nazaré do Piauí e Teresina.
Dentre os presos, está Anderson Ranchel Dias de Sousa, líder do grupo criminoso. A organização causou prejuízo de R$ 19 milhões no Brasil e R$ 5 milhões só no Piauí. De acordo com a SSP, a metodologia criminosa se dava da seguinte forma:
1 - Os suspeitos, demonstrando dolo de lesar a instituição financeira, falseavam suas informações cadastrais no momento da abertura da conta, ludibriando a instituição financeira;
2 - Aceitos como cliente de alta renda, os suspeitos efetuam compras em estabelecimentos de origem duvidosa ou pagamentos de títulos de valores elevados utilizando cartão de crédito para simular padrão econômico falso.
3 - Após as operações simuladas o sistema de crédito do Banco Santander libera empréstimo de elevada quantia, ocasião em que o cliente:
a. Quita o empréstimo anterior
b. Paga faturas de cartão de crédito em aberto
c. Transfere o valor restante para contas próprias ou de terceiros
4 - O ciclo se repete, até que o cliente cessa o pagamento do empréstimo deixando a empresa no prejuízo.
Organograma completo
A quadrilha tinha toda uma organização, todos ligados ao líder Anderson Ranchel, que ostentava uma vida de luxo em suas redes sociais. Em perfil aberto no Instagram, verificado pela plataforma e com pouco mais de dois mil seguidores, o homem preso,exibe vídeos e fotos de viagens a mais de dez países, como Estados Unidos, México, Canadá, Colômbia, Noruega, Portugal, França, Alemanha e outros. O A10+ apurou que apenas aos EUA, ele teria ido doze vezes.
Veja a quadrilha completa:
Sobre a operação
“O nome da operação ‘Prodígio’ faz referência ao fato de que alguns dos investigados, bastante jovens, com idade entre 19 e 21 anos, se apresentavam ao banco como médicos, até mesmo já com residência médica concluída. Algo bastante improvável. Outros apresentavam-se como engenheiros, com a mesma idade”, informou ao Diretor de Inteligência da SSP-PI, Anchiêta Nery.
Todo o trabalho iniciou após notícia de crime apresentada pela Diretoria de Segurança do banco, que detectou a fraude e acionou a Polícia Civil do Piauí. Ao final do Inquérito Policial a PCPI compartilhará provas com outros Estado e novas prisões podem ocorrer.