Maria Gabriela, a criança de 4 anos vítima de envenenamento após consumir arroz que foi preparado por um familiar em Parnaíba, teve uma piora em seu estado de saúde. A informação foi confirmada ao A10+ pelo Hospital de Urgência de Teresina (HUT) nesta terça-feira (21). A menina deu entrada na UTI pediátrica desde o dia 03 de janeiro, onde segue internada.
O hospital não deu detalhes sobre as complicações no caso da menina. Ela é irmã dos pequenos Igno Davi Silva, Lauane Fontenele, João Miguel e Ulisses Gabriel. Toda a família foi novamente vítima de um caso de envenenamento no dia 1 de janeiro de 2025. O veneno, segundo laudo, estava no arroz que foi preparado para a virada do ano.
No dia 07 de janeiro, dias após a internação, a mãe de Maria Gabriela, Francisca Maria da Silva, de 32 anos, não resistiu às complicações do grave quadro de saúde e morreu no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (Heda), em Parnaíba. Ela foi a quarta vítima do caso de envenenamento que destruiu toda uma família na região.
Inicialmente, suspeitava-se que os peixes doados por um casal estivessem envenenados. No entanto, o laudo pericial descartou essa hipótese, e o casal responsável pela doação não é mais tratado como suspeito pela Polícia Civil. A suspeita foi redirecionada para o padrasto das crianças, Francisco de Assis Pereira da Costa, 53 anos, que foi preso sob a suspeita de colocar as substancias toxicas na comida.
Emocionada, vizinha que foi acusada de envenenar crianças revela detalhes do cárcere e pede justiça no Piauí: "foi muito triste viver aquilo"
Lucélia Maria da Conceição, de 52 anos, que foi solta após quase cinco meses sob acusação de envenenar duas crianças em Parnaíba, concedeu entrevista à TV Antena 10 nesta terça-feira (14) e deu detalhes sobre o período em cárcere. Ela deixou a Penitenciária Feminina de Teresina na noite de ontem e está residindo na casa de parentes. A defesa busca agora uma declaração de inocência e indenização.
Para a reportagem, Lucélia Maria explicou que ao longo de todos esses meses detida buscou ficar mais reclusa e evitar maiores contatos com outras detentas. A justiça determinou a soltura após a divulgação de um laudo que mostrou que não foi encontrado veneno nos cajus que foram doados pela vizinha às vítimas. O caso ganhou uma grande reviravolta e a mulher, que estava presa desde agosto de 2024, pode ser inocentada.
“Eu ficava todo tempo na minha cama, sentada lendo a bíblia e orava. Evitada ficar no meio dos outros que ficavam me criticando. Ficava todo tempo no meu canto com medo delas fazerem alguma coisa comigo, pois não acreditavam na minha palavra. Eu não aguentava mais estar ali. Fiquei com muito medo. Ela ficavam dizendo que não gostavam de quem maltratava criança, que matava criança; que uma pessoa dessa merecia apanhar e até morrer. Isso eu ouvia muito", narrou.
Lucélia Maria relatou que foi muito triste o que viveu e nunca passou por sua cabeça um cenário desses. Ela conta que chorou ao ver o registro de sua residência incendiada. Ela morava em uma área de risco em Parnaíba e ganhou o imóvel em 2015.