Polícia Civil conclui inquérito sobre caso Ana Karine e indicia acusado do crime em Teresina; delegada dá detalhes

Wesley Nascimento, acusado de autoria do crime, foi indiciado por homicídio com três qualificadoras

A Polícia Civil do Piauí concluiu o inquérito sobre o assassinato de Ana Karine em uma hamburgueria, no Centro de Teresina. À TV Antena 10 e ao A10+, a delegada Nathália Figueiredo afirmou que Wesley Nascimento, acusado de autoria do crime, foi indiciado por homicídio com três qualificadoras.

"Homicídio com três qualificadoras, motivo fútil, sem chance de defesa para a vítima, e meio cruel. Ela morreu mediante perfuração. Ele utilizou uma faca, atingiu a região da nuca, sem chance de defesa até mesmo porque a própria irmã nos trouxe a informação de que ela estaria de costa quando ele praticou a conduta criminosa, fútil, diante da desproporção porque foi trazida a informação de que de fato foi no contexto de pagamento de uma conta. Ele mesmo relatou que, por diversas vezes, ela iria ao estabelecimento e não pagava, o que não justifica, ninguém tem o direito de tirar a vida de ninguém, muito menos por um motivo tão banal", detalhou a delegada.

 

Polícia Civil conclui inquérito sobre caso Ana Karine e indicia suspeito preso em Teresina; delegada dá detalhes
Divulgação

   

No interrogatório, segundo Nathália, Wesley chegou a afirmar que o ato criminoso teria sido uma fatalidade. Durante as investigações, a polícia coletou imagens que mostram a vítima já ferida e ensanguentada, e a fuga do indivíduo.

"Até mesmo questionei, se de fato teria sido uma fatalidade no contexto de uma luta corporal, por que você não prestou socorro? Ele relatou que não se sentia seguro,  não levamos em consideração até porque se esse era o motivo, por que saindo do local, ele não acionou o 911,não chamou o SAMU? Nós visualizamos a Ana Karine no momento que estava realmente agonizando e também captamos o momento da fuga do Wesley, você vê que em nenhum momento ele quis de fato socorrer a vítima, ele queria sair de lá do local para se evadir da justiça. Nós vimos também o contexto de se furtar a apresentação à delegacia para esclarecimento dos fatos, ouvimos testemunhas que estavam no local e confirmaram que ele praticou esse crime, ele mesmo ao ser interrogado disse que praticou", destacou a delegada.

A delegada ainda pontuou sobre um suposto rápido envolvimento amoroso entre a vítima e o acusado. O que, segundo Nathália, foi desconsiderado em um contexto que de que o caso poderia se tratar de um feminicídio.

"De fato chegou-se a informação que ela teria em um momento anterior ficado com ele, algo ocasional. Para figurar o feminicídio, "um fica", como a gente chama, de forma ocasional não faz com que se configure o feminicídio, de fato deve ter um pouco de constância, algo que caminhe no sentido de um relacionamento ou algo que não seja apenas ocasional como foi nesse caso, por isso muito embora tivéssemos chegado a essa informação, para nós não foi o suficiente, até mesmo em termos de jurisprudência, para configurar o feminicídio, o que ficou claro para nós é que foi praticado um homicídio com três qualificadores", ressaltou. 

O inquérito foi remetido à Justiça e está à disposição do Ministério Público para denúncia. "Caso o MP entenda pelas três qualificadoras, ele vai ser denunciado e aí vamos para uma fase processual. Aqui na Delegacia tivemos todo o cuidado no contexto de instrução. Eu tenho observado de forma muito positiva a questão tanto do trabalho do Ministério Público como do Poder Judiciário, isso eu posso falar com mais propriedade no contexto de morte violenta de mulher", concluiu.