Polícia Civil prende matriarca de família vítima de envenenamento em Parnaíba, Piauí

O caso foi registrado em 1º de janeiro desse ano e o padrasto das vítimas encontra-se preso

(Atualizada às 08h58)

A Polícia Civil do Piauí prendeu Maria dos Aflitos, mãe e avó das vítimas de envenenamento em Parnaíba, no litoral do Piauí, na manhã desta sexta-feira (31). O A10+ e a TV Antena 10 apuraram que havia um mandado de prisão temporária expedido contra a matriarca. Além dela, outras três pessoas foram conduzidas à delegacia, entre elas, Maria de Fátima, a filha que fez o arroz. No dia do envenenamento, a matriarca não comeu do alimento porque estava dormindo. Ela era companheira de Francisco de Assis, preso como suspeito de envenenar toda uma família.

O caso de envenenamento voltou à tona após a morte de Maria Jocilene Silva, de 41 anos. A mulher passou mal na casa após ter tomado um café. Em nota divulgada à imprensa, a Polícia Civil do Piauí informou que todas as informações sobre o caso da família envenenada em Parnaíba serão divulgadas somente após a conclusão do inquérito. “O sigilo das investigações é fundamental para garantir a precisão e a efetividade do trabalho policia”, destacou a corporação. 

Maria dos Aflitos, mãe e avó das vítimas de envenenamento em Parnaíba
Record

  

Em uma entrevista concedida ao Domingo Espetacular, da RECORD, a matriarca da família relembrou os acontecimentos de 1º de janeiro. Ela conta que não comeu do alimento, mas pretendia consumí-lo. “Nesse dia eu não comi porque eu estava dormindo, mas quando eu me levantei eu ia comer”, disse.


Ela também relatou que vários familiares apresentaram os sintomas ao mesmo tempo e ficou aflita. O caso de envenenamento que destruiu toda uma família chocou o país. Cinco pessoas da mesma família morreram vítimas do arroz envenenado.  

“Quando eu sai eu me deparei com o menino aqui. Aí ele disse ‘Mãe, estou passando mal’ Eu perguntei o que ele tinha e ele disse: não sei mãe, minha vista está escurecendo. Chama o Samu para mim’. Eu disse ‘calma que eu vou chamar’. Quando eu olho pro outro lado o pequenininho estava desmaiando. Aí do outro lado a Chica já estava passando mal, do outro lado o Gabriel. Eu pensei pois pronto, e agora o que eu vou fazer?’Eu to sozinha aqui”, relembrou.

Maria Jocilene estava internada no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA) desde quarta-feira (22) após ter passado mal na casa de família envenenada em Parnaíba, pouco depois da confirmação da morte de Maria Gabriela, de 4 anos. 

Em nota enviada ao A10+, o Heda informou que a causa do falecimento será divulgada somente após a conclusão da investigação. Seu quadro clínico era considerado grave. A Polícia Civil não comenta o caso. Nesta semana, vizinhos foram conduzidos à delegacia para prestarem depoimentos. 

A prisão de Francisco e a reviravolta no caso 

Personalidade complexa, colecionador de livros sobre o Nazismo, tinha uma residência exclusiva, e sentimento de ódio pelos enteados. Essas são algumas das características, segundo a Polícia Civil do Piauí, sobre Francisco de Assis Pereira da Costa, 53 anos, preso como principal suspeito do envenenamento da própria família, na cidade de Parnaíba, litoral do Piauí. 

Seguindo uma cronologia dos fatos, Francisco teria sido o último a dormir quando finalizada a festa de Réveillon realizada pela família na madrugada do dia 1º de janeiro de 2025. No dia seguinte, conforme a polícia e relatos de outra enteada do suspeito, ele teria insistido para que fosse reutilizado o arroz, que havia sobrado da confraternização familiar. Ninguém relatou a presença de pessoas estranhas nesse período até a refeição do almoço. 

Francisco de Assis da Costa Reprodução

   

Na última quarta (22), Maria Jocilene deu entrada, novamente no hospital, após passar mal na casa onde moravam membros de uma mesma família que faleceram após consumirem arroz contaminado com a substância Terbufós em Parnaíba, litoral do Piauí.  O padrasto Francisco de Assis Pereira da Costa, 53 anos, está preso como principal suspeito do crime. 

Vítimas de envenenamento em Parnaíba, litoral do Piauí TV ANTENA 10/ A10+

 

Desde agosto do ano passado a família está envolvida em casos de intoxicação por veneno em alimentos. Ao todo, sete pessoas da mesma família morreram. Ainda em 2024 Lucélia Maria da Conceição, de 52 anos, foi presa sob suspeita de ter dado cajus envenenados para duas crianças. O caso teve uma reviravolta quando o laudo apontou ausência de veneno nas frutas e um membro da família foi preso.