Dentre os investigados na operação do Denarc deflagrada nesta quinta-feira (14), contra uma organização criminosa suspeita de lavagem de dinheiro para o Bonde dos 40, um dos nomes tido como lideranças da facção está entre os presos. Trata-se de Paulo Henrique Araújo de Moura, vulgo “Pompom” ou “Bandido de Luxo”.
O A10+ apurou que Pompom já estava em liberdade e participava das transações do mercado financeiro do grupo criminoso com a facção. Paulo Henrique havia sido preso em agosto do ano passado em uma operação do Draco, por liderar fortemente o tráfico na região da Vila Dagmar Mazza, zona Sul de Teresina. Além disso, ele foi alvo por ser investigado como uma das principais lideranças da facção criminosa que integrava o Tribunal do Crime, ordenando as execuções de rivais e punições aos próprios membros da organização.
Veja os alvos da operação do Denarc:
"Trazer um caso aqui para que vocês se recordem, vocês lembram daquele atentado contra um indivíduo do SAMU? Ele foi preso como o principal responsável por aquele atentado. Novamente preso, já responde por homicídio, arma de fogo e furto”, relembrou ainda o delegado Samuel Silveira, em coletiva para a imprensa.
Irmão do “Sapão”
“Ele tem outros dois irmãos, conhecidos como ‘Maycon Sapão' e 'Neto Camelo', já estão presos e estavam foragidos do complexo de Pedrinhas. Um está preso lá e outro está aqui em Teresina. Eles coordenavam uma célula de uma facção criminosa e após a prisão desses dois indivíduos, o Pompom assumiu toda essa responsabilidade. Ele assumiu o comando, além de atuar fortemente no tráfico ali na região da Dagmar Mazza”, destacou delegado Charles Pessoa, coordenador do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizações (DRACO), à época.
Entenda o caso
O delegado Samuel Silveira deu detalhes, durante coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (14), sobre a operação contra organização criminosa suspeita de lavagem de dinheiro da facção Bonde dos 40. Foram cumpridos 45 mandados de busca e apreensão e 20 mandados de prisão, além do bloqueio de mais de 2 bilhões de reais e a interdição de 9 empresas no Piauí, Maranhão e Paraíba.
A investigação inicia a partir do núcleo central das ações criminosas, que seria um indivíduo identificado como Erisvaldo da Silva Cruz. "Ele é o principal articulador para a corretagem de drogas de vários traficantes de drogas relacionados ao Bonde dos 40. A partir das movimentações financeiras, conseguimos ampliar uma rede em que as empresas e os alvos se comunicavam financeiramente, todos tendo ele como núcleo central", explicou o delegado.
Das nove empresas utilizadas para a lavagem do capital da facção criminosa, duas são de um casal que, juntas, movimentaram mais de um R$ 1 bilhão. Josimar Barbosa de Sousa, a esposa dele Tereza Cristina de Sousa Pacheco e os filhos Angélica Florinda Pacheco e Caio Felipe Pacheco também foram alvos da operação.
"As duas empresas que mais movimentaram os recursos da organização são do Josimar. São empresas que mais operaram recursos diagnosticados como atípicos pelo Banco Central. Vale destacar que não é uma movimentação global das empresas, mas é o corte do Banco Central que aponta provável movimentação ilícita oriunda do tráfico de drogas", detalhou.