Secretário Chico Lucas dá detalhes de novo modelo de segurança no Piauí

Modelo segue em estudo, mas ideia é a criação de Áreas Integradas de Segurança Pública

A Secretaria de Segurança Pública do Piauí pretende implementar um novo modelo de combate à criminalidade em todas as zonas de Teresina. À TV Antena 10, o secretário de Segurança do Estado, Chico Lucas, detalhou o modelo de atuação e afirmou que ao todo serão 10 áreas, cada uma correspondente a um batalhão e uma delegacia seccional. O modelo segue sendo estudado para melhor atuação das forças policiais junto a comunidades e vilas. 

  

Secretário de Segurança Pública, Chico Lucas
Jade Araujo / Portal A10+

   

"O Piauí tem 3 milhões de habitantes e a gente está fazendo o mapeamento quem causa esse tipo de crime são um número reduzido de pessoas. Na verdade, a grande maioria são formados por pessoas que trabalham, se dedicam e respeitam as relações, não cometem atos criminosos. Então estamos fazendo levantamento com a inteligência de todos os dados, todo mundo que responde a inquérito, todo mundo que responde a processo e já passou no sistema penitenciário, levantamos esses dados e estamos mapeando. Por isso nós vamos fazer essas operações em todas as zonas, em todas as vilas de Teresina para que a gente possa tirar essas pessoas do convívio social e estabelecer uma relação de pacificação nos territórios", afirma.

  

Mais de 100 policiais estão envolvidos em operação na Vila Mocambinho
Thracy Oliveira / Antena 10

   

A exemplo de outros estados, a segurança do Piauí estuda um modelo de atuação que possa estar em acordo com a população. Chico Lucas detalha que o novo modelo para segurança na capital, passará pela criação de 10 áreas, dividas por Centro, zona Norte 1 e 2, zona Sul 1 e 2, zona Leste 1 e 2, zona Sudeste 1 e 2 e zona Rural. Cada área dessa vai corresponder a um batalhão e uma delegacia seccional que vai cuidar da área sendo responsável pelos distritos. Essas delegacias e esses batalhões também serão responsáveis pelo policiamento comunitário, pelo policiamento de proximidade.

"Na verdade a gente está estudando o modelo. O modelo de relação do estado policial e os territórios ele não é muito claro. Veja o caso do Rio de Janeiro que criou as UPPs, depois elas não foram bem sucedidas. Não é simples. O policial ele não pode ficar estático, ele tem que se movimentar, ele é móvel. Então vamos apresentar a sociedade o novo modelo de policiamento para o Piauí que são as Áreas Integradas de Segurança Pública. Estamos discutindo. O debate é feito e o fato de eu não ser policial, não ser do mundo policial, ser uma agente público do mundo jurídico, que veio aqui para debater, para discutir eu escuto os especialistas. A gente escuta os bons policiais, a policia é muito qualificada e a gente sugere ao governador. Acho que a gente está no caminho certo para melhorar os índices de criminalidade no Piauí", detalha o secretário.

Operação na Vila Mocambinho

A Secretaria de Segurança Pública do Piauí vinha monitorando grupos criminosos que atuavam em Teresina antes dos ataques aos ônibus ocorrido no noite de segunda-feira (17) onde foram incendiados um transporte coletivo e foi realizado um ataque a uma garagem que haviam quatro veículos. Segundo a SSP-PI esse monitoramento prévio contribuiu para localização e atuação direta da operação realizada na terça-feira (18) que prendeu 11 pessoas integrantes de grupos criminosos.

"Na verdade a nossa percepção é que isso aconteceria em algum momento diante da repressão que tem sido muito forte contra as organizações criminosas. Uma das estratégias dessas organizações criminosas é de alguma maneira tentar instalar o terror na cidades e a gente viu isso em várias outras cidades do Brasil para criar uma comoção. A gente já tinha esse mapeamento e o pedido de medidas junto ao judiciário. Monitoramos todas as pessoas e percebemos que elas partiram da Vila Mocambinho. Então a operação que já estava prevista, já estava no radar, foi deflagrada e conseguimos ter êxito", afirma o secretário. 

A meta da secretaria é seguir com o mapeamento, monitoramento e repressão aos territórios que tenham organizações criminosas.

  

Após morte de dupla, Teresina tem noite de terror com mais 4 ônibus incendiados por faccionados
Reprodução

   

Durante a operação na Vila Mocambinho, a polícia também atuou no apagamento de siglas escritas em muros na região. Segundo o secretario, essa atuação se baseia na construção da sensação de segurança nos espaços. A ideia é que futuramente, possa ser lançado um edital para que grafiteiros, com autorização dos moradores, possam colorir esses espaços. 

"A segurança tem dois elementos, a criminalidade violenta, que de fato acontece e a sensação. Porque uma vítima de violência ela é uma, mas ela repercute no seio familiar. Então a sensação de segurança ela é tão importante quanto a própria segurança. E uma das coisas desses bandos, dessas gangues, ainda estamos definindo se é facção de fato, se é bando, para mim, ainda nao fica claro que eles são estruturas organizadas. eles trabalham muito mais na omissão estatal, então o estado não está presente, nessas vilas, por questões históricas e urbanísticas, e eles pintam os muros. Isso causa uma sensação de que eles dominam e a gente está indo la para causar a sensação de que não há domínio nenhum, quem manda é o estado", finaliza.

Operações seguem no Piauí

As operações integradas devem acontecer de forma rotineira na capital. Segundo o secretário, a meta é que haja pelo menos uma operação por semana. O mapeamento das vilas e bairros seguem sendo feitas para identificação de grupos criminosos.

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