Aprovado com folga na Câmara, marco fiscal vai ao Senado; veja ponto a ponto

Texto-base do marco fiscal foi aprovado nesta terça (23), por 372 votos favoráveis e 108 contrários; 4 destaques ainda serão votados

A Câmara dos Deputados aprovou o texto-base do novo marco fiscal nessa terça-feira (23/5). Em resumo, a proposta detalha o novo mecanismo que substituirá o teto de gastos, com objetivo de controlar as despesas do governo.

A matéria foi aprovada por 372 votos favoráveis e 108 contrários, e sofreu alterações do relator Cláudio Cajado (PP-BA). A Câmara ainda votará nesta quarta (24/5) quatro destaques (alterações propostas ao texto).

  

Câmara dos Deputados
Pablo Valadares / Câmara dos Deputados
   

O texto prevê mecanismos para limitar os gastos do governo e estabelecer regras para o crescimento das contas públicas. Veja os principais pontos:

O percentual mínimo tem como objetivo evitar que uma queda brusca ou temporária na arrecadação obrigue o governo a comprimir despesas. O máximo, por outro lado, impede que o Executivo aumente os gastos de forma exagerada quando há pico nas receitas;

Um dos destaques foi apresentado por parlamentares do Distrito Federal, para a retirada do Fundo Constitucional do DF (FCDF) do novo marco fiscal. Alberto Fraga (União-DF) e Fred Linhares (Republicanos-DF) receberam apoio dos demais parlamentares representantes da capital federal. “O destaque é para supressão do artigo 14, que coloca a nova regra do FCDF”, resumiu Fraga.

Limitações

O descumprimento da nova regulamentação não vai configurar crime. No entanto, o descumprimento dos contingenciamentos e dos gatilhos, atualmente, é uma infração à Lei de Responsabilidade Fiscal – passível de punição.

Fim do teto de gastos

A proposta do novo marco fiscal está no PLP 93/2023. Ele surge para substituir o teto de gastos, implementado no governo do presidente Michel Temer (MDB), em 2016.

A mudança era uma exigência prevista já na PEC da Transição. A matéria permitiu ao governo Lula utilizar R$ 145 bilhões no Orçamento de 2023 fora do teto de gastos, para bancar despesas, como o Bolsa Família, o Auxílio Gás, a Farmácia Popular e outros.

Votação

Veja como foi a orientação de cada bloco e partido sobre o marco fiscal:

Governo: sim
Oposição: não
Maioria: sim
Minoria: não
Bloco União Brasil, PP, PSB, PDT, federação PSDB-Cidadania, Avante, Patriota e Solidariedade: sim
Bloco Podemos, MDB, PSD, Republicanos e PSC: sim
Federação PT/PCdoB/PV: sim
PL: liberou
Federação PSol/Rede: não
Novo: não