O telejornal Bancada Piauí, da TV Antena 10, convidou o cientista político Ivan Machado para comentar sobre a desistência de Bárbara do Firmino (PP) à prefeitura de Teresina e seu inesperado apoio a Fábio Novo (PT) na disputa de 2024. A deputada estadual anunciou sua decisão na manhã desta quarta-feira (18).
Bárbara teria feito essa escolha por conta própria e não teria comunicado sua desistência e apoio ao petista para seus aliados. Esse era um cenário inesperado, já que tudo indicava que Bárbara iria disputar ao lado de Silvio Mendes (UB). De acordo com Ivan, Bárbara pode sofrer algumas consequências durante esse ano que ainda falta para a eleição.
Laura Parente/ A10+
“Nada na política é impossível. Pode acontecer tudo mesmo que algo que não esteja no nosso alcance de visão. Essa é uma decisão bem estabelecida por parte do PT, do Fábio Novo, e por parte também da Bárbara. Ela pode vir a sofrer consequências nesse período de um ano principalmente pelo fato de que foi um rompimento bem profundo com sua agora antiga base, representada pelo PP, União Brasil e PSDB”, explicou em entrevista ao Bancada Piauí.
O cientista político explicou que agora os ex-aliados de Bárbara terão que fazer uma grande movimentação para decidir o que será feito a partir de agora, já que o esperado era a deputada e Silvio Mendes juntos na chapa de oposição.
“É um movimento de migração de eleitorado onde uns ficam e outros vão. É também uma surpresa para a oposição, porque segundo relatos a maioria dos ex-aliados delas descobriram junto com a imprensa esse fato. Então eles precisam fazer uma virada de campanha para poder estabelecer nesse período de um ano como eles vão coordenar dentro de um cenário que parecia ser impossível de acontecer”, falou Ivan.
A decisão de Bárbara gerou dúvidas de como será seu futuro na política a partir de agora. A cada ano eleitoral ocorre a chamada “janela partidária”, um prazo de 30 dias para que parlamentares possam mudar de partido sem perder o mandato; essa janela partidária só se abre para Bárbara em 2026. Até lá, ela precisa ficar em seu partido atual.
Ivan comentou ainda que esse movimento demonstra uma grande capacidade de articulação do Partido dos Trabalhadores, sobretudo de Rafael Fonteles, que vem, segundo o cientista político, sendo bem aceito na capital e no interior do Piauí.
“A gente pode considerar esse movimento como uma forte característica da capacidade de articulação que o PT tem hoje. Conseguir trazer para dentro da sua base alguém que era visto como oposição significa que está com uma capacidade de articulação muito boa e sólida. O governador Rafael Fonteles tá passando por um período bom de aprovação aqui na capital, como mostram algumas pesquisas, então ele está sim com um viés político para poder conseguir formar essas novas bases”, finalizou.
Como fica o cenário político teresinense
Assim como surpreendeu, a decisão de Bárbara também desagradou alguns de seus ex-aliados. Silvio Mendes foi procurado pelo A10+ e, quando questionado sobre seu posicionamento, o médico foi enfático em responder “Tem: o silêncio”. Apesar dos boatos, Bárbara não será vice na chapa petista.
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Já o deputado federal Júlio Arcoverde afirmou estar decepcionado com a parlamentar. Segundo ele, o partido não foi comunicado da decisão da deputada. Bárbara Soares fazia parte do projeto do Partido Progressistas para fazer oposição à pré-candidatura do Partido dos Trabalhadores em 2024.