Entenda o novo crédito consignado para trabalhadores CLT

Taxas de juros menores, acesso facilitado e possibilidade de refinanciamento de dívidas

O governo federal se prepara para lançar nos próximos dias uma nova modalidade de crédito consignado para trabalhadores do setor privado: o e-consignado.

Essa medida busca facilitar o acesso ao crédito mais barato para trabalhadores formais, em um contexto de altas taxas de juros no crédito pessoal.

  

Dinheiro
Marcello Casal Jr. / Agência Brasil
   

O consignado privado será liberado para trabalhadores do regime CLT com a garantia de que, ao menos inicialmente, o processo de pagamento será feito com base em informações do eSocial, a plataforma que já centraliza a folha de pagamento do trabalhador.

Em caso de demissão, parte do FGTS do trabalhador poderá ser usada como garantia: 10% do saldo disponível e os 40% da multa rescisória. No entanto, os bancos terão liberdade para negociar essa condição.

Fontes ligadas à proposta apontam que será apresentada uma medida provisória (MP) após o Carnaval com base em quatro eixos:

Alívio para cidadãos e para o governo

Além de aliviar o endividamento dos trabalhadores, a medida pode ter impacto na imagem do governo.

A elaboração do projeto está em fase final, mas já está sendo discutida há cerca de um ano, com o governo esperando que a novidade gere um impacto positivo na recuperação da popularidade de Lula, que começou 2025 com um baixo índice de aprovação.

As discussões e negociações com as instituições financeiras têm sido intensas, e algumas questões ainda precisam ser resolvidas, especialmente no que diz respeito à operacionalização do sistema.

O governo planeja anunciar a MP entre os dias 10 e 14 de março. O plano é que, após o Carnaval, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participe de um evento para oficializar o lançamento do consignado privado, permitindo que bancos e instituições financeiras comecem a oferecer a nova linha de crédito.

O governo acredita que essa medida terá um impacto significativo na oferta de crédito, com a expectativa de que a linha de crédito consignado seja oferecida de forma mais acessível, especialmente considerando que muitas pessoas já têm empréstimos pessoais sem garantia, com taxas de juros muito mais altas do que as que devem ser praticadas no novo modelo.