A investigação da Polícia Federal sobre os militares que montaram um plano para matar o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes revelou que os envolvidos no caso deram início ao que foi planejado, mas desistiram de levar a trama adiante de última hora. Os militares combinaram como seria a ação e já estavam a postos para cometer o crime, mas abortaram o plano.
A PF descobriu que os militares envolvidos no plano tinham monitorado o itinerário de Moraes durante o mês de dezembro de 2022. A corporação afirma que “os dados obtidos demonstram que militares, em perceptível integração criminosa, planejaram e executaram uma operação clandestina com emprego de técnicas típicas de agentes de forças especiais”.
O plano para a morte de Moraes foi posto em prática em 15 de dezembro de 2022. Os envolvidos no caso criaram um grupo em um aplicativo de mensagens e decidiram usar codinomes para esconder a real identidade de cada um. Eles escolheram nomes de países: Alemanha, Argentina, Áustria, Brasil, Japão e Gana.
Às 20h42 daquele dia, “Gana” avisou que tinha chegado a um endereço previamente estabelecido pelo grupo. A localização dele, de acordo com a Polícia Federal, era perto da casa de Moraes em Brasília.
“Gana” questionou aos demais: “Qual a conduta?”. Em resposta, outro homem desse: “Aguarde”.
Quinze minutos depois, a pessoa com codinome “Áustria” avisou no grupo que estava quase chegando no mesmo local. “Tô perto da posição. Vai cancelar o jogo?”, questionou.
Nesse momento, os envolvidos no plano decidem interromper a ação. “Abortar... Áustria... volta para local de desembarque... estamos aqui“, escreveu um homem com o codinome ”teixeiralafaiete230″.
No relatório da investigação, a PF destacou que “considerando que a ordem para abortar a missão foi dada às 20h59min por ‘teixeiralafaiete230′, novamente a contextualização do conteúdo e horários das mensagens são convergentes com a possibilidade de ‘Gana’ estar nas imediações da residência funcional do ministro".