PF aponta que Bolsonaro e assessores atuaram para desviar R$ 6,8 mi com vendas ilegais

Montante inclui joias e presentes dados ao ex-presidente por autoridades internacionais; vendas teriam proporcionado enriquecimento ilícito

A Polícia Federal calcula que o ex-presidente Jair Bolsonaro e assessores dele atuaram para desviar mais de R$ 6,8 milhões a partir da venda de joias e presentes dados por autoridades internacionais. A soma considera os itens que, segundo os investigadores, foram objeto da atuação da associação criminosa, com a finalidade de propiciar o enriquecimento ilícito do ex-presidente, mediante o desvio dos bens para patrimônio pessoal. O R7 procurou a defesa de Bolsonaro e o espaço segue aberto para o posicionamento.

“O valor não considera os bens ainda pendentes de perícia, além as esculturas douradas de um barco e uma árvore e o relógio Patek Philippe, que foram desviadas do acervo público brasileiro e ainda não foram recuperadas”, detalha a PF, completando que o levantamento corrobora como prova para os indiciamentos.

  
Joias avaliadas em R$ 16,5 milhões e escultura dourada de um cavalo Divulgação
 
 
 

Os investigadores apontam, ainda, que o dinheiro arrecadado pelas vendas pode ter custeado despesas em dólar de Bolsonaro e da família nos Estados Unidos. Segundo a corporação, “a utilização de dinheiro em espécie para pagamento de despesas cotidianas é uma das formas mais usuais para reintegrar o ‘dinheiro sujo’ à economia formal, com aparência lícita”.

“No sentido de valorar os bens que foram objeto dos atos de desvio (e tentativa de desvio) perpetrados pela associação criminosa com a finalidade de enriquecimento ilícito do ex-presidente Jair Bolsonaro, as joias foram submetidas a procedimento pericial, com o objetivo, dentre outros, de aferir o valor mercadológico dos bens”, disse a corporação.

O ministro Alexandre de Moraes retirou nesta segunda-feira (8) o sigilo do caso das joias e enviou o processo para a PGR (Procuradoria-Geral da República). Agora, a PGR terá o prazo de 15 dias para pedir mais provas, arquivar o caso ou apresentar denúncia.

PF acredita ter provas robustas para incriminar Bolsonaro e ex-assessores. Os crimes atribuídos ao ex-presidente foram de peculato (desvio de dinheiro público), associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Além de Bolsonaro, foram indiciados por peculato:

Também foram indiciados por lavagem de dinheiro e crime de associação criminosa: