PP afasta Fufuca após ministro não deixar o governo Lula

Nota oficial foi publicada pelo partido na manhã desta quarta-feira

O PP (Progressistas) comunicou o afastamento do ministro do Esporte, André Fufuca, de todas as decisões partidárias da sigla após o titular da Esplanada dos Ministérios não deixar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão foi publicada em nota oficial na manhã desta quarta-feira (8).

“O Progressistas comunica que, diante da decisão de desobedecer a orientação da Executiva Nacional do partido e permanecer no Ministério do Esporte, o ministro André Fufuca fica, a partir de agora, afastado de todas as decisões partidárias, bem como da vice-presidência nacional do partido”, diz a nota.

  
Fufuca participou de agenda oficial de Lula na segunda Ricardo Stuckert/PR - arquivo
 
 
 

O texto acrescenta que a Direção Nacional do Progressistas vai realizar uma “intervenção no diretório do Maranhão, retirando o ministro do comando da legenda no estado”.

“O partido reitera o posicionamento de que não faz e não fará parte do atual governo, com o qual não nutre qualquer identificação ideológica ou programática”, declara. A nota é assinada pelo presidente do PP, Ciro Nogueira.

Entenda

Desde o começo de setembro, o União Brasil e o PP determinaram a todos os filiados a deixarem os cargos que ocupam no governo. A decisão afeta principalmente dois ministros: Celso Sabino, do Turismo, e André Fufuca, do Esporte.

Apesar disso, ao longo das últimas semanas, os dois titulares da Esplanada vem tentando negociar a permanência nos cargos, devido à visibilidade do comando das pastas.

Celso Sabino tinha até sexta-feira (3) para deixar o governo. Como não obedeceu, nesta quarta-feira, o União Brasil marcou uma reunião para definir a expulsão dele. Nesta quarta, o ministro disse que fica no governo em respeito à COP30 e à confiança que o presidente Lula tem nele. “Nós estamos a 30 dias praticamente da realização da COP30. A COP30 não é uma reunião simples, é a maior reunião diplomática que existe no planeta. O governo todo tem feito muitos esforços para que seja um grande sucesso”, afirmou.

No caso de Fufuca, ainda esta semana ele deu declarações a favor de Lula e disse ter cometido um erro nas eleições de 2022 ao apoiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Eu queria lhe dizer, presidente, que o importante não é justificar o erro. O importante é evitar que ele se repita. Em 2022, eu cometi um erro, mas agora em 2026, pode ser que o meu corpo esteja amarrado, mas a minha alma, o meu coração e a minha força de vontade estarão livres para brigar e ajudar Luiz Inácio Lula da Silva a ser presidente do Brasil”, afirmou.