A Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi), em parceria com o Ministério da Saúde, realizou, nesta terça-feira (2), no Luxor Hotel, em Teresina, uma oficina para discutir estratégias de eliminação do HIV e da Aids como problemas de saúde pública. O encontro reuniu profissionais dos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs), dos Serviços de Assistência Especializada (SAEs) de diversos municípios piauienses e representantes de movimentos sociais.
De acordo com Cristiana Rocha, coordenadora de IST da Sesapi, a oficina representa um marco para a saúde no estado. “Este é um evento de grande importância, que busca analisar e aprimorar as ações já existentes, além de propor novas estratégias em cinco eixos principais: prevenção, mobilização social, tratamento, monitoramento de indicadores e eliminação da transmissão vertical. Nosso objetivo é construir, de forma conjunta, um plano estratégico que nos permita eliminar o HIV como problema de saúde pública até 2030”, destacou.
O plano a ser elaborado contará com a participação da Fundação Municipal de Saúde de Teresina e de municípios como São Raimundo Nonato e Uruçuí, que possuem CTAs e SAEs. A mobilização dos movimentos sociais também terá papel central, garantindo o controle social e o fortalecimento das ações. “A meta é que, até 2030, todas as pessoas que vivem com HIV estejam em tratamento e com carga viral indetectável, que as não infectadas permaneçam livres do vírus e que a transmissão vertical seja eliminada”, acrescentou Cristiana.
Representando o Ministério da Saúde, o médico sanitarista e diretor-geral de Prevenção, Artur Olhovetchi Kalichman, reforçou o alinhamento do Piauí com as metas nacionais e internacionais. “O Brasil reafirmou seu compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e com as metas 95-95-95 da UNAIDS: diagnosticar 95% das pessoas vivendo com HIV, garantir tratamento para 95% delas e assegurar que 95% alcancem carga viral indetectável. Esse é o caminho para interromper a transmissão do vírus e reduzir drasticamente a mortalidade”, explicou.
Kalichman também destacou os desafios para alcançar as metas. “Hoje, cerca de 91% das pessoas vivendo com HIV no Brasil já foram diagnosticadas, e 96% daquelas em tratamento atingiram a carga viral indetectável. O maior obstáculo é a adesão contínua ao tratamento, muitas vezes dificultada pela pobreza, pelo preconceito e pela discriminação. É fundamental fortalecer o SUS e criar condições que garantam cidadania e acesso ao cuidado”, afirmou.
A oficina reforça o compromisso do Piauí com a saúde pública e a igualdade social, unindo esforços de gestores, profissionais de saúde e sociedade civil na construção de um futuro sem estigma, preconceito e com acesso universal ao tratamento.