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O secretário de Justiça do Piauí, Carlos Augusto, foi o décimo convidado do A10Cast, exibido neste domingo (23) na TV Antena 10. O coronel abordou os desafios enfrentados pelo sistema penitenciário do Piauí, destacando as metas estabelecidas, os avanços alcançados e as iniciativas desenvolvidas com foco na ressocialização da população carcerária no estado.
Como o estado com maior lotação em termos percentuais do país, Carlos Augusto destacou que há um intenso trabalho para tirar o Piauí desse cenário e com um trabalho mais humanizado, além da reconstrução das unidades prisionais. “Temos trabalhado bastante para tirar o Piauí do mapa da maior superlotação, mas tornar o Piauí em um sistema de cumprimento de pena mais humanizado e dentro do número de vagas, que essa é uma meta do governador. Temos investido bastante reconstruindo unidades”, afirma.
O coronel também respondeu a questionamentos populares, como de que há mordomias para os detentos. Com uma população majoritariamente pobre de internos, a Sejus atua com linhas de trabalho implementadas e oportunidades de estudo. Ele contextualiza o cenário atual.
“Na secretaria de Justiça, nós temos o dever de cumprir a lei de execuções penais. Dizer que penitenciária no Brasil tem mordomia só quem não conhece. Para mim que estou dentro do sistema, sou policial de formação, o lugar mais miserável da sociedade são os presídios brasileiros. Ao longo do tempo e são poucos os secretários que têm coragem de dizer isso, os presídios no Brasil foram feitos para serem depósitos de pessoas. As pessoas saíam pioradas. Foi tendo essa conscientização e esse despertar que nós necessitamos mesmo [...] 73% da população encarcerada no Piauí é de renda familiar até um salário mínimo; 89% é preto ou é pardo; o grau de instrução, 53% não terminaram o ensino fundamental; ensino médio vai para 93%. Não estudaram e não tem uma profissão. Entraram no crime e não saíram. O que é mais grave: temos aumentando substancialmente o número de mulheres no sistema. Tem que cuidar da sociedade como um todo”, destaca.
Existe auxílio preso?
A resposta é não. Carlos Augusto afirma que há o Cadúnico, para as famílias de baixa renda - dos presos, por exemplo - que podem ter acesso.
“Não existe auxílio preso. Mas hoje tem o Cadúnico. Como até 94% são até dois salários mínimos, a família deve estar escrita nos programas. Nem 3% das pessoas que estão no sistema não estão no Cadúnico. Não tem bolsa. É só uma discussão mesmo que virou essa questão do país de sentimento que eu nem discuto, mas não existe. Eu sou a favor que ele receba para trabalhar. Não para não trabalhar.
Fonte: Portal A10+