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A família do caminhoneiro Francisco Neto, morto após ser baleado durante uma perseguição policial no dia 10 de novembro do ano passado, no bairro Lourival Parente, zona Sul de Teresina, esteve no programa Balanço Geral Piauí, da TV Antena 10, junto com o advogado de defesa dos policiais militares envolvidos no caso, para comentar os desdobramentos da investigação.
Francisco Neto foi atingido por um disparo enquanto trabalhava fazendo um frete; no momento acontecia uma ação policial contra dois suspeitos em uma motocicleta. A principal controvérsia gira em torno da origem do tiro que matou o caminhoneiro.
Família alega que tiro partiu de policiais
De acordo com a irmã da vítima, o laudo da perícia confirma que todos os disparos partiram da viatura da Polícia Militar. "O laudo apontou que foram efetuados 10 disparos no local, que as imagens não foram alteradas e que não tiveram nenhum tipo de manipulação e isso foi bom pra gente tentar esclarecer os fatos. A gente quer que os fatos sejam esclarecidos", falou a irmã da vítima.
A advogada da família também reforçou que, segundo o laudo, não houve troca de tiros com os suspeitos e que os policiais assumiram o risco ao atirar em via pública.
"Recebemos o laudo pericial e nele foi possível constatar que houve 10 disparos, todos oriundos da viatura da Polícia Militar. Caiu por terra a versão da defesa de que havia uma terceira pessoa que atirou. Não havia; todos os disparos foram oriundos da viatura da PM. Não houve troca de tiros entre a PM e os supostos meliantes na moto. Os policiais atingiram o Francisco Neto porque assumiram o risco de atingir civis ao realizar disparos em via pública", disse a advogada da família da vítima.
O que diz a defesa dos PMs
A defesa dos policiais, representada pelo advogado Otoniel Bisneto, rebateu as acusações e questionou o pedido de prisão preventiva feito pela advogada da família.
"A advogada está equivocada. No presente caso, não é uma situação que seja permitida a prisão preventiva, porque não existe o risco de fuga, têm endereço físico, são servidores públicos, não oferecem risco à população. É excessivo a colega se postar no meio televisivo e exigir ou requerer a prisão preventiva", afirmou Bisneto.
O advogado também apresentou uma nova hipótese sobre a origem do disparo que atingiu o caminhoneiro, baseada em imagens da câmera de segurança.
"Segundo ponto: o que tem na perícia é que houve um tiro transfixante que entrou na altura do peito, saiu na altura dos rins; o projétil não foi encontrado. O que a gente questiona desde o começo é esse clarão que aparece dentro do caminhão. Após esse evento, se prestar atenção, há um clarão antes do rapaz passar. É esse clarão que chamou atenção porque passou em branco para o delegado, perícia, para todos. Depois que passa a luz, você vê um clarão vermelho dentro do caminhão e sai de dentro do caminhão uma pessoa que vai de encontro com o caminhoneiro. Esse clarão está no ângulo de tiro onde o caminhoneiro está. O delegado observou e já contactou com a perícia para ser novamente reavaliada essa imagem a partir desse clarão, porque isso vai dar um novo rumo à investigação", explicou o advogado.
Bisneto também apontou que moradores de uma casa próxima, que aparece nas imagens, se mudaram logo após o ocorrido.
"O tiro que matou o caminhoneiro certamente saiu de lá de dentro, daquele clarão. Você observa ele sentado, depois o clarão e então ele levanta. Desce alguém de lá, entra na casa, guarda o objeto e volta. Nessa casa, as pessoas que moravam lá se mudaram logo após o evento danoso e isso também nos chamou atenção", completou Otoniel Bisneto à TV Antena 10.
O caso segue sob investigação e pode ter novos desdobramentos a partir da reavaliação das imagens mencionadas pela defesa dos policiais.
Fonte: Portal A10+