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Atualizada às 12h47
Quatro pessoas, entre elas, a ex-chefe de gabinete do ex-prefeito Dr. Pessoa, Suelene da Cruz Pessoa, mais conhecida como "Sol Pessoa", foram presas nesta terça-feira (14) durante a operação Gabinete de Ouro, deflagrada pelo Departamento de Combate à Corrupção (DECCOR). Foram cumpridos 14 mandados busca e apreensão e quatro mandados de prisão temporária, bem como sequestro de bens. Além da ex-assessora, dois ex-gestores estariam envolvidos na ação, são eles: Stanley Freire, filho do jornalista Silas Freire, e Neto do Angelim, ambos da gestão Pessoa.
A ação integra uma investigação que apura possíveis crimes de associação criminosa, peculato e lavagem de dinheiro, supostamente cometidos durante a gestão de Dr. Pessoa (2021-2024), com a participação de ex-servidores públicos e até empresas privadas. Ao contrário do que foi divulgado, Sol Pessoa não tem parentesco com Dr. Pessoa. Entre os presos, 3 homens e 1 mulher.
Na coletiva, realizada nesta terça (14), a delegada Bernadete Santana detalhou, sem citar nomes, que um dos parlamentares movimentou mais de R$ 5 milhões, apenas em 2022. Ele atuava como uma espécie de sócio oculto e firmou contratos com o poder público e empresas privadas usando laranjas.
“São vultuosos valores que estavam sendo transacionados, principalmente entre dois ex-parlamentares envolvidos, sendo que um deles movimentou, só no ano de 2022, R$ 5,2 milhões e no período de 2020 a 2023 a quantia de R$ 14 milhões. A gente observou que, dessas transações atípicas, que possivelmente envolvem lavagem de dinheiro, donos de uma empresa que é um ex-parlamentar, ele teria firmado contratos com o poder público e contratos privados utilizando terceiros. Ele figurava apenas como sócio oculto dessa empresa, possivelmente, para dissimular patrimônio”, detalhou.
Os crimes investigados foram praticados contra a Prefeitura de Teresina entre os anos de 2021 e 2024. O juiz da Central de Inquéritos de Teresina decretou o sequestro desses bens, valores e veículos, que somados alcançam mais de R$ 75 milhões. Dentre os imóveis que tiveram a indisponibilidade decretada pela Justiça estão uma casa de alto padrão, um apartamento e um terreno.
Divulgação
De acordo com o delegado Ferdinando Martins, da DECCOR, a participação da ex-assessora consistia na contratação e pagamento de terceirizados, exigindo parte do salário de trabalhadores, no esquema conhecido como "rachadinha".
“O trabalho demonstrou, a investigação, que um imóvel adquirido por ela tinha relação com eventual vantagem ilícita paga. Hoje nós fizemos essa diligência comprovando essa ligação da servidora com determinado empresário e dois operadores financeiros, quem eram as pessoas que faziam pagamentos para ela, utilizavam de suas contas, recebiam encomendas de fornecedores para otimizar os trâmites dentro de algum esquema de pagamento da gestão. Ela centralizava todos os pagamentos, todas as lotações de todas as pastas e, inclusive, sobre salários de alguns servidores comissionados, na típica rachadinha”, disse.
O ex-prefeito Dr. Pessoa negou qualquer parentesco com Suelene da Cruz Pessoa, mais conhecida como “Sol Pessoa”, presa nesta terça-feira (14) durante a operação “Gabinete de Ouro”, deflagrada pelo Departamento de Combate à Corrupção (DECCOR). Ela e outras três pessoas foram presas na ação. Segundo o ex-gestor, Sol Pessoa era apenas sua sobrinha “por consideração”.
O ponto de partida dessa investigação, segundo a polícia, foi uma denúncia anônima que apresentou condutas ilegais praticadas pelo denominado “Gabinete de Ouro” dentro da Prefeitura de Teresina. Durante todo o período de investigação, o DECCOR conseguiu reunir diversos indícios que confirmavam os fatos noticiados.
De acordo com as investigações, os ocupantes de cargos estratégicos na Prefeitura utilizavam servidores comissionados e terceirizados, que também foram alvo desta operação, como operadores financeiros da empreitada criminosa. A investigação revela que as ações da organização criminosa envolviam principalmente construtoras e prestadoras de serviço.
Fonte: Portal A10+