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PM acusado de atirar em campeão de jiu-jítsu se entrega à Corregedoria

Após depoimento em delegacia, o PM foi encaminhado ao Presídio Romão Gomes


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(Atualizada às 12h22)

O tenente da PM Henrique Otavio Oliveira Velozo, de 30 anos, acusado de atirar no campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Pereira do Nascimento Lo, de 33 anos, se apresentou à Corregedoria da corporação no início da noite deste domingo (7) e será levado à delegacia, onde prestará depoimento. 

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, em seguida ele será encaminhado ao Presídio Romão Gomes, permanecendo à disposição da Justiça. A Justiça já havia concedido a prisão temporária de 30 dias do policial militar.

  

Leandro Lo teve morte cerebral após ser baleado na cabeça durante briga
Reprodução

  

O atleta, que teve morte cerebral, foi baleado na cabeça durante desentendimento em um show no Esporte Clube Sírio, no bairro Planalto Paulista, zona sul de São Paulo, na madrugada deste domingo (7). O acusado estava de folga.

De acordo com a SSP, a Polícia Militar auxilia instaurou uma apuração administrativa contra o policial militar. O caso é investigado pelo 16° DP (Vila Clementino).

O advogado que acompanha o caso, Ivã Siqueira Júnior, confirmou a morte cerebral do atleta, que havia sido levado para o Hospital Municipal Dr. Arthur Ribeiro de Saboya.

Conforme testemunhas, o policial foi à mesa de Leandro Lo após uma discussão. O PM teria pegado uma garrafa, enquanto o lutador se levantou, tirou o objeto da mão do agente e, num golpe de luta, o derrubou e imobilizou.

Nesse momento, colegas da vítima separaram os dois e tentaram encerrar a briga. O agente, minutos depois, deu uma volta na mesa e, diante do lutador, sacou uma arma e efetuou o disparo, que atingiu a região frontal da cabeça da vítima.

Segundo o advogado que acompanha o caso, o agente teria feito uma "provocação" a Leandro Lo ao chacoalhar uma garrafa na mesa do lutador. Quando o atleta imobilizou o agente, os amigos próximos à mesa tentaram separá-los. "Ele foi embora, sem reagir, mas depois voltou e efetuou um único tiro na região da cabeça", explica o advogado.

Trajetória

Leandro Lo tem 33 anos e vive com os pais em São Paulo. O atleta coleciona diversos títulos no esporte: são oito títulos mundiais, o último deles neste ano, disputado nos Estados Unidos. O lutador coleciona também oito pan-americanos, cinco copas do mundo, dois títulos europeus e quatro brasileiros.

O último campeonato conquistado foi em junho. Nas redes sociais, o lutador descreveu a conquista como uma das mais importantes da carreira e afirmou que vencê-la foi tão marcante quanto a primeira vez em que foi campeão, em 2012, há dez anos.

"As duas conquistas mais importantes da minha carreira, o primeiro é a sensação de conseguir ser campeão mundial, esse foi eu ainda consigo ser campeão mundial, as duas melhores sensações da minha vida. Obrigado a todos que estão sempre comigo na alegria e na tristeza", escreveu o atleta em uma de suas redes sociais.

Suspeito sacou arma e “atirou à queima-roupa”, diz amigo de Leandro Lo

Um amigo do campeão de jiu-jítsu Leandro Lo falou sobre o momento em que o atleta foi baleado na cabeça, no domingo (7/8), durante uma briga no Clube Sírio, em São Paulo. O policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo, apontado como autor do crime, está preso.

  
Suspeito sacou arma e “atirou à queima-roupa”, diz amigo de Leandro Lo
Reprodução
 
 
 

“Quando todo mundo achou que tinha acabado a confusão, ele [o PM] deu quatro passos para trás e voltou. Tirou uma arma da cintura e atirou à queima-roupa, na cabeça”, relatou o amigo.

Um vídeo chocante mostra o desespero de pessoas que tentavam abrir caminho para que as equipes de resgate do Corpo de Bombeiros conseguissem transportar o lutador, que estava imobilizado em uma maca. Uma mulher chegou a perder o equilíbrio ao tentar ajudar.

Em entrevista, o amigo, que preferiu manter o nome em sigilo, lamentou a morte do lutador. “Um dos melhores amigos que eu tinha. Campeão dentro e fora do tatame”, disse.

Fonte: Portal R7


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