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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste domingo (30) que a isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5.000 mensais vai injetar R$ 28 bilhões na economia do país em 2026. Como o R7 Planalto adiantou, o discurso do petista também “sugeriu” o que os trabalhadores podem fazer com o “novo 14º salário”.
“A Receita Federal fez os cálculos. Em 2026, esse dinheiro extra nas mãos do povo brasileiro deve injetar R$ 28 bilhões de reais na economia. Um estímulo extraordinário para o comércio, a indústria, o setor de serviços e o empreendedorismo, que vai gerar mais empregos, mais oportunidades e mais renda”, afirmou Lula, em pronunciamento de cerca de seis minutos na rede nacional de televisão e rádio (leia o discurso completo abaixo).

O petista também destacou que a taxação dos super-ricos vai equilibrar o aumento da faixa que não paga o imposto.
“A compensação não virá de cortes na saúde ou na educação, mas da taxação dos super-ricos, que ganham mais de 1 milhão por ano e hoje não pagam nada ou quase nada de imposto. Estamos falando de 0,1% da população. De gente que ganha 10, 20, 100 vezes mais que 99% do povo brasileiro, e que vai contribuir com até 10% de imposto sobre a renda, para dar um alívio às famílias que trabalham, lutam e movem esse país. 140 mil super-ricos pagando um pouco mais, para que muitos milhões de brasileiros deixem de pagar”, completou Lula.
Atualmente, estão isentos do IR aqueles que ganham até dois salários mínimos (R$ 3.036).
“Com zero de Imposto de Renda, uma pessoa com salário de R$ 4.800 pode fazer uma economia de R$ 4.000 reais em um ano. É quase um décimo-quarto salário”, exemplificou o petista.
A medida foi aprovada pelo Congresso Nacional no início do mês e sancionada por Lula na última quarta-feira (26). O pronunciamento foi gravado pelo presidente na sexta (28).
“Ao longo de 500 anos de história, a elite brasileira acumulou mais e mais privilégios, que foram passados de geração em geração, até chegar aos dias de hoje. Entre os muitos privilégios, talvez o mais vergonhoso seja o de pagar menos imposto de renda que a classe média e os trabalhadores”, acrescentou.
Pronunciamento completo de Lula na TV
Minhas amigas e meus amigos. O Brasil mudou nessa última semana. Pela primeira vez, mais de 100 anos após o início do Imposto de Renda, privilégios de uma pequena elite financeira deram lugar a conquistas para a maioria do povo brasileiro.
Na última quarta-feira, dia 26 de novembro, assinei a lei que acaba com o Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 por mês.
Uma proposta do nosso governo, que foi aprovada pela Câmara e pelo Senado por unanimidade, e que agora passa a valer já em janeiro de 2026.
Se você ganha até R$ 5.000 por mês, dezembro será o último mês que você terá desconto de imposto de renda no contracheque. E essa mesma lei reduz o imposto de quem recebe entre R$ 5.000 e R$ 7.350, que agora vai pagar menos do que pagava.
Com zero de Imposto de Renda, uma pessoa com salário de R$ 4.800 pode fazer uma economia de R$ 4.000 em um ano. É quase um décimo-quarto salário.
E o mais importante: a compensação não virá de cortes na saúde ou na educação, mas da taxação dos super-ricos, que ganham mais de R$ 1 milhão por ano e hoje não pagam nada ou quase nada de imposto.
Estamos falando de 0,1% da população. De gente que ganha 10, 20, 100 vezes mais que 99% do povo brasileiro, e que vai contribuir com até 10% de imposto sobre a renda, para dar um alívio às famílias que trabalham, lutam e movem esse país. 140 mil super-ricos pagando um pouco mais, para que muitos milhões de brasileiros deixem de pagar.
Mais do que uma correção da tabela do imposto de renda, a nova lei ataca a principal causa da desigualdade no Brasil: a chamada injustiça tributária.
Minhas amigas e meus amigos. Ao longo de 500 anos de história, a elite brasileira acumulou mais e mais privilégios, que foram passados de geração em geração, até chegar aos dias de hoje.
Entre os muitos privilégios, talvez o mais vergonhoso seja o de pagar menos imposto de renda que a classe média e os trabalhadores.
Quem vive do suor do seu trabalho, e constrói de fato a riqueza deste país, paga até 27,5% de imposto de renda. Já quem vive de renda paga apenas 2,5% em média.
Quem mora em mansão, tem dinheiro no exterior, coleciona carros importados, jatinhos particulares e jet-skis, paga dez vezes menos do que uma professora, um policial ou uma enfermeira.
Imagina uma pessoa lutar para ter uma moradia digna, andar de ônibus, se esforçar para comprar um carro, e pagar 10 vezes mais imposto de renda do que os bilionários do nosso país. Isso é inaceitável. Era preciso mudar. E nós estamos mudando.
Minhas amigas e meus amigos.
A partir de janeiro do ano que vem, o que hoje é desconto no contracheque vira dinheiro extra no bolso. Para viajar com a família. Comer o que mais gosta. Comprar presentes de Natal para os filhos. Quitar uma dívida. Adiantar uma prestação. Comprar uma televisão com tela maior para ver a Copa do Mundo no ano que vem.
Esse alívio no imposto de renda significa mais dinheiro no bolso, que significa maior poder de compra, que significa aumento no consumo, que faz a roda da economia girar.
A Receita Federal fez os cálculos. Em 2026, esse dinheiro extra nas mãos do povo brasileiro deve injetar R$ 28 bilhões de reais na economia.
Um estímulo extraordinário para o comércio, a indústria, o setor de serviços e o empreendedorismo, que vai gerar mais empregos, mais oportunidades e mais renda. O país inteiro vai ser beneficiado.
Minhas amigas e meus amigos. Em menos de três anos de governo, colocamos novamente o Brasil entre as 10 maiores economias do mundo.
Tiramos pela segunda vez o país do Mapa da Fome. Teremos em quatro anos a menor inflação acumulada da história e a menor taxa de desemprego.
O salário mínimo voltou a subir acima da inflação. Fortalecemos o Bolsa Família. Criamos o Pé-de-Meia. Reajustamos o valor da alimentação escolar. Abrimos as portas da universidade para a juventude negra, indígena e das periferias.
Aumentamos o Plano Safra, e os recursos para a agricultura familiar. Criamos o programa Luz do Povo, que zera ou reduz a conta de luz das famílias mais necessitadas. E lançamos o Gás do Povo, porque não é justo que as famílias que mais precisam paguem até 10% do salário mínimo por um botijão de gás.
Graças a essas e outras políticas, a desigualdade no Brasil é hoje a menor da história. Mesmo assim, o Brasil continua a ser um dos países mais desiguais do mundo.
O 1% mais rico acumula 63% da riqueza do país. Enquanto a metade mais pobre da população detém apenas 2%. É riqueza demais concentrada nas mãos de uma pequena parcela de super-ricos.
A mudança no Imposto de Renda é um passo decisivo para transformar essa realidade, mas é apenas o primeiro.
Podem ter certeza de que não vamos parar por aí. O que nós queremos é que a população brasileira tenha direito à riqueza que produz com o suor do seu trabalho.
Seguiremos firmes combatendo os privilégios de poucos para defender os direitos e as oportunidades de muitos.
Nosso governo está do lado do povo brasileiro, construindo um país mais próspero, mais forte e, principalmente, mais justo.
Muito obrigado.
Fonte: R7