Produção de carvão vegetal do extrativismo cai 73% em 10 anos no Piauí, aponta IBGE - Economia
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Produção de carvão vegetal do extrativismo cai 73% em 10 anos no Piauí, aponta IBGE

Estado registra queda de 73% na produção de carvão vegetal em 10 anos; carnaúba, carvão e lenha concentram 93% do valor da produção extrativista


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A produção de carvão vegetal proveniente do extrativismo no Piauí registrou uma queda expressiva de 73% ao longo dos últimos 10 anos. Em 2024, foram produzidas 41,7 mil toneladas, contra 154,8 mil toneladas em 2015, segundo dados da Pesquisa da Extração Vegetal e Silvicultura (PEVS), divulgados pelo IBGE.

De acordo com Pedro Andrade, chefe da Seção de Pesquisas Agropecuárias do IBGE no estado, a redução está ligada principalmente à mudança no consumo doméstico, com mais famílias optando pelo gás de cozinha (GLP), e ao aumento da fiscalização ambiental, que restringe o corte de matas nativas. Além disso, o país tem investido cada vez mais na produção de carvão a partir de madeira plantada, como o eucalipto.

  

carvão vegetal
Pixabay
   

No Piauí, os projetos de silvicultura produziram 26,8 mil toneladas de carvão vegetal em 2024, com valor estimado em R$ 44,2 milhões. A queda na produção extrativista também impactou o valor movimentado pelo setor: de R$ 86,9 milhões em 2015, o montante caiu para R$ 48,9 milhões em 2024, uma redução de 43,7%.

Entre os municípios piauienses, Corrente lidera a produção de carvão vegetal extrativista, com 7,7 mil toneladas, seguido por Nazaré do Piauí (5,5 mil t), Porto Alegre do Piauí (5,2 mil t) e Parnaguá (5,1 mil t). No cenário nacional, o Piauí ocupa a 5ª posição na produção de carvão vegetal extrativista, com 8,3% do total produzido. Os maiores produtores são Maranhão (35%) e Pará (26,7%).

Três produtos concentram 93% do valor do extrativismo vegetal no Piauí em 2024

O extrativismo vegetal no Piauí movimentou R$ 223,5 milhões em 2024, de acordo com a Pesquisa da Extração Vegetal e Silvicultura (PEVS), do IBGE. Três produtos concentraram 92,81% desse valor: o pó de carnaúba, com R$ 122,3 milhões (54,7%), o carvão vegetal, com R$ 48,9 milhões (21,9%), e a lenha, com R$ 36,2 milhões (16,2%). Os demais itens representaram apenas 7,2% do total.

Apesar da relevância desses produtos, houve queda no volume produzido ao longo da última década. Entre 2015 e 2024, o pó de carnaúba teve redução de 35,3% na produção e o carvão vegetal, 73,06%. Essa retração impactou diretamente o valor total gerado pelo extrativismo no estado, que em 2021 chegou a R$ 253,4 milhões, 13,3% a mais do que em 2024.

O Piauí foi o 3º maior produtor de lenha de extrativismo florestal do país em 2024, com 2,05 milhões de metros cúbicos, o equivalente a 10% da produção nacional. Ficou atrás apenas de Mato Grosso (3,6 milhões de m³) e Ceará (3,1 milhões de m³).

No entanto, quando se observa o valor gerado por essa produção, o Piauí aparece na 9ª colocação entre os estados, com R$ 36,2 milhões. Mato Grosso lidera com R$ 258,8 milhões, seguido por Ceará (R$ 90,8 milhões) e Pernambuco (R$ 71,6 milhões).

Outro produto que registrou queda foi a madeira em tora, com retração de 28% na produção em 10 anos. Em 2015, o Piauí produziu 117,7 mil metros cúbicos, e em 2024, foram apenas 84,7 mil m³.

A produção piauiense ainda é pequena se comparada à dos estados da Amazônia Legal, como Pará (4,4 milhões de m³), Mato Grosso (2,6 milhões) e Rondônia (1,3 milhão). No total, o Brasil extraiu 11,9 milhões de metros cúbicos de madeira em tora em 2024. Os municípios do Piauí com maior produção desse tipo de madeira foram Pio IX (2,91 mil m³), Oeiras (2,9 mil m³) e Cocal (2,7 mil m³).

Fonte: Portal A10+


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