Emocionada, vizinha que foi acusada de envenenar crianças revela detalhes do cárcere e pede justiça no Piauí: "foi muito triste viver aquilo" - Geral
CASO ENVENENAMENTO EM PARNAÍBA

Emocionada, vizinha que foi acusada de envenenar crianças revela detalhes do cárcere e pede justiça no Piauí: "foi muito triste viver aquilo"

Após decisão da justiça, Lucélia Maria da Conceição deixou a Penitenciária Feminina de Teresina e está residindo na casa de parentes


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(Atualizada às 18h30)

Lucélia Maria da Conceição, de 52 anos, que foi solta após quase cinco meses sob acusação de envenenar duas crianças em Parnaíba, concedeu entrevista à TV Antena 10 nesta terça-feira (14) e deu detalhes sobre o período em cárcere. Ela deixou a Penitenciária Feminina de Teresina na noite de ontem e está residindo na casa de parentes. A defesa busca agora uma declaração de inocência e indenização.


Para a reportagem, Lucélia Maria explicou que ao longo de todos esses meses detida buscou ficar mais reclusa e evitar maiores contatos com outras detentas. A justiça determinou a soltura após a divulgação de um laudo que mostrou que não foi encontrado veneno nos cajus que foram doados pela vizinha às vítimas. O caso ganhou uma grande reviravolta e a mulher, que estava presa desde agosto de 2024, pode ser inocentada.

“Eu ficava todo tempo na minha cama, sentada lendo a bíblia e orava. Evitada ficar no meio dos outros que ficavam me criticando. Ficava todo tempo no meu canto com medo delas fazerem alguma coisa comigo, pois não acreditavam na minha palavra. Eu não aguentava mais estar ali. Fiquei com muito medo. Ela ficavam dizendo que não gostavam de quem maltratava criança, que matava criança; que uma pessoa dessa merecia apanhar e até morrer. Isso eu ouvia muito", narrou. 

Lucélia Maria relatou que foi muito triste o que viveu e nunca passou por sua cabeça um cenário desses. Ela conta que chorou ao ver o registro de sua residência incendiada. Ela morava em uma área de risco em Parnaíba e ganhou o imóvel em 2015. 


“Foi muito triste viver aquilo ali e nunca tinha passado pela minha cabeça ser presa daquele jeito por injusta causa. Lembrava da minha família dia e noite chorando. Quando eu soube que minha casa foi destruída, eu chorei mesmo. Desde o começo quando fui presa eu disse que não era eu, mas ninguém acreditava. Eu ganhei (a casa) em 2015 e desde 2015 e morava naquela casa e foi destruído tudo, as minha coisas. Quando eu soube eu chorei muito, ainda hoje fico constrangida. Eu estou na casa dos meus parentes”, afirma.

Próximos passos 

De acordo com o advogado de defesa Sammai Cavalcante, o próximo passo agora é pedir a declaração de inocência da mulher. “Após a instrução do processo nós estamos em busca da declaração da inocência da senhora Lucélia numa sentença judicial absolutória em trânsito julgado. Após isso acontecer nós muito provavelmente devemos ingressar com essa ações de ressarcimento indenizatórios. O meu problema não são as autoridades, o problema é o processo em si; prova subjetiva, déficit na investigação. O princípio da presunção de inocência não foi observado em nenhum momento”, explicou. 

  

Casa de mulher suspeita de envenenar crianças de 7 e 8 anos foi incendiada por populares no Piauí
Reprodução

  

No documento, a que a reportagem obteve acesso, “não foram detectadas substâncias de interesse toxicológico“ nas amostras analisadas pela equipe. A decisão, segundo a defesa, foi proferida pela juíza Maria do Perpétuo Socorro Ivani Vasconcelos, da 1ª Vara Criminal de Parnaíba. Com isso, Lucélia deixará o presídio a qualquer momento.

Os cajus passaram por mais uma perícia depois que um novo caso de envenenamento acometeu a família. Dessa vez, Francisco de Assis Pereira da Costa, companheiro da matriarca da família foi preso suspeito de colocar veneno no arroz. Quatro pessoas morreram, entre elas, duas crianças. 

No Piauí, falta de materiais em laboratório teria causado demora em laudo que descartou veneno em cajus, aponta delegado

O delegado Abimael Silva deu mais detalhes à TV Antena 10 sobre o laudo que detectou que não haviam substâncias tóxicas nos cajus doados por Lucélia Maria da Conceição para os irmãos Ulisses Gabriel da Silva, de 8 anos e João Miguel da Silva, de 7 anos. Ele contou que antes o Piauí não possuía laboratório para exames toxicológicos e que o caso dos meninos foi o primeiro a ser examinado no estado. O delegado relatou ainda que na época do crime o local ainda não tinha o reagente que provava que no alimento não havia veneno, por isso a demora nos resultados.


“O Piauí não tinha laboratório para exames toxicológicos e quando o secretário Chico Lucas entrou em menos de um ano ele criou o laboratório. Inclusive o caso do primeiro envenenamento foi o primeiro caso que foi feito exames no Piauí, só que é o seguinte, para cada tipo de tecido, para cada tipo de material, existe um reagente diferente. Esses reagentes são substâncias controladas e algumas delas vêm do exterior. Esse reagente dos cajus só chegou em dezembro, segundo informações do secretário, e a partir daí que foram realizados exames nos cajus”, disse. 

Fonte: Portal A10+


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