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O Ministério das Relações Exteriores teve uma reunião nesta segunda-feira (27) com o encarregado de negócios dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, para discutir o caso dos 88 deportados que foram algemados na viagem de volta ao Brasil, na semana passada. A medida fere acordo firmado entre os dois países que prevê o uso de algemas só em casos excepcionais.
A decisão de chamar o representante da diplomacia norte-americana foi tomada pela secretária de Assuntos Consulares, embaixadora Márcia Loureiro.
Brasil e EUA mantêm acordo de deportação desde 2017. No domingo (26), o Itamaraty chamou de “tratamento degradante” a situação à qual os brasileiros foram submetidos.
“O governo brasileiro considera inaceitável que as condições acordadas com o governo norte-americano não sejam respeitadas. O Brasil concordou com a realização de voos de repatriação, a partir de 2018, para abreviar o tempo de permanência desses nacionais em centros de detenção norte-americanos, por imigração irregular e já sem possibilidade de recurso”, disse o Itamaraty.
O voo com os 88 deportados chegou na sexta-feira (24) em Manaus. O destino final era Belo Horizonte. A viagem só foi concluída no sábado (25), quando a Força Aérea Brasileira enviou um avião para resgatar os brasileiros.
Lewandowski cobra respeito e dignidade
Nesta segunda, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse que deportações precisam ser feitas com respeito e dignidade. Segundo ele, os brasileiros passaram por “constrangimentos absolutamente inaceitáveis” ao serem trazidos com algemas.
“Nós não queremos provocação, nós não queremos afrontar quem quer que seja, mas nós queremos que os brasileiros inocentes e que foram lá buscar trabalho, sejam tratados com a dignidade que merecem”, disse.
A utilização de algemas é uma determinação dos Estados Unidos em voos de deportação. No entanto, o Brasil tem um acordo com os EUA desde 2017 que limita esse uso a casos em que há risco de segurança.
Fonte: R7