📲 Siga o A10+ no Instagram, Facebook e Twitter.
Pela primeira vez, fósseis de pterossauros, répteis voadores que habitaram a Terra há mais de 100 milhões de anos, foram encontrados na Formação Romualdo, no estado do Piauí. O achado inédito foi realizado pelo professor Paulo Victor de Oliveira, do curso de Ciências Biológicas do Campus Senador Helvídio Nunes de Barros (CSHNB) da Universidade Federal do Piauí (UFPI).
A descoberta ocorreu em 2020, no sítio Capim Grande, localizado no município de Simões, no Piauí, durante coletas de campo feitas pelo pesquisador e sua equipe. A Formação Romualdo é um importante depósito sedimentar da Bacia do Araripe, que abrange os estados do Piauí, Ceará e Pernambuco, sendo mundialmente reconhecida pela qualidade e diversidade dos fósseis encontrados.
“Desenvolvo pesquisas em paleontologia na região há mais de dez anos. O material foi coletado e encontra-se tombado na coleção científica do Laboratório de Paleontologia de Picos, da UFPI”, destacou o professor Paulo Victor.
Os fósseis revelam presença dos primeiros vertebrados voadores no território piauiense; foram identificados dois ossos fossilizados, pertencentes a indivíduos de idades diferentes, sendo um jovem e outro adulto. Ambos os fósseis são partes da estrutura das asas dos pterossauros, que possuíam asas membranosas sustentadas por um dedo extremamente alongado, em contraste com as asas das aves modernas, formadas por penas.
“Diferentemente das aves atuais, que possuem asas formadas por penas, esses répteis apresentavam asas membranosas sustentadas por um dedo extremamente alongado, uma adaptação evolutiva extraordinária que permitiu aos primeiros vertebrados conquistar os céus”, explicou o pesquisador.A pesquisa é fruto de uma colaboração entre a UFPI, a Universidade Regional do Cariri (URCA), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Apesar da Bacia do Araripe ser reconhecida internacionalmente por seus fósseis, principalmente no estado do Ceará, até então não havia registros confirmados de pterossauros na porção piauiense da formação. Com isso, a descoberta em Simões preenche uma importante lacuna geográfica.
“Esta pesquisa vai além de simplesmente marcar um novo ponto no mapa paleontológico. Ela demonstra que a aparente escassez de fósseis em determinadas regiões pode refletir apenas a falta de estudos adequados, e não a ausência real desses materiais. O Piauí revela agora seu enorme potencial paleontológico”, concluiu o professor Paulo Victor.
Fonte: Portal A10+