Piauiense que mora em Israel fala sobre ataque terrorista: “pessoas assassinadas a sangue frio” - Geral
CONFLITO

Piauiense que mora em Israel fala sobre ataque terrorista: “pessoas assassinadas a sangue frio”

Ela mora com o marido e os dois filhos, em Netanya, a 30 quilômetros ao Norte de Tel Aviv, e revela detalhes do conflito


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"Eles se infiltraram em casas, sequestraram pessoas e muitas foram assassinadas a sangue frio". Esta declaração é da fotógrafa Nayla Trogsbetreger, piauiense que mora em Israel, há três anos, e vivencia o ataque do grupo terrorista Hamas, iniciado no último sábado (07).

Natural de Teresina, a fotografa deixou o Brasil há 12 anos. Ela mora com o marido e os dois filhos, em Netanya, a 30 quilômetros ao Norte de Tel Aviv, em Israel, e revela detalhes à TV Antena 10 e A10+ do conflito.


"Eu recebi a mensagem de um vizinho pedindo para alertar aos judeus religiosos, que guardam o sábado, e não têm acesso a nenhum tipo de informação. A mensagem dizia para as  pessoas não saírem de casa porque o sábado é um dia festivo no calendário judaíco, e estavam programadas muitas festas. Quando vi a mensagem fiquei atordoada, sem saber o que estava acontecendo. Ao acessar minhas redes sociais, vi que a organização terrorista do Hamas havia conseguido se infiltrar em Israel e sequestrado muitas pessoas", descreveu.

A piauiense diz que se questionou sobre o ocorrido devido a intensa base de segurança que há na Faixa de Gaza para evitar ataques terroristas. "Tem uma proteção gigante, uma grade de proteção, sem falar das bases militares. Normalmente, é um lugar considerado seguro, mas nesse dia a segurança falhou", explicou.

O cenário descrito por Nayla é de grande pânico por pessoas sendo assassinadas a tiros de metralhadoras, torturadas e sequestradas em meio a invasões de residências e estabelecimentos por parte do grupo terrorista.

"Comecei a ver vídeos de terroristas em carros com metralhadoras, atirando em quem passava, depois começaram a chegar as informações de que eles estavam entrando nas casas de israelenses, e foi daí para a pior. Na noite anterior, teve um festival imenso, com cerca de três mil jovens, próximo a fronteira de Gaza. Recebi vídeos desses jovens correndo tentando fugir de tiros, os terroristas correndo atrás deles, e, infelizmente, nesse evento muito jovens perderam a vida, estão desaparecidos. Recebemos as informações de que eles se infiltraram em casas, sequestraram pessoas, muitas foram assassinadas a sangue frio", detalhou.


Apesar de residir em uma zona mais afastada de todo o ataque, a fotógrafa explica que a área onde ela se encontra com o marido e os filhos está em funcionamento apenas de serviços essenciais.

"Até agora a gente não teve nenhum alerta, embora esteja tudo fechado. As escolas não estão funcionando, meus filhos estão em casa, só funciona o mercado essencial, de resto tudo fechado. Eu tentei ir ao supermercado para nos abastecer um pouco de alimentos, caso a situação demore a se revolver. No supermercado não havia pouca opção, o que é normal, mas não temos problemas com falta de energia ou de água, agora de resto tentamos sair o mínimo possível", disse.

Ela conta que teve que cancelar a festa de aniversário da filha que aconteceria nesta semana, além de ter suspendido suas atividades de trabalho como fotógrafa. "Já cancelei todos os eventos e sessões que estavam previstas. O aniversário da minha filha, a gente decidiu cancelar, mas também tentamos manter a calma para não passar o estresse para as crianças", afirmou.

A mulher explicou que já havia se deparado com conflitos, mas que ainda não tinha passado por uma situação tão grave.

  

Piauiense que mora em Israel fala sobre ataque terrorista: “pessoas assassinadas a sangue frio” RECORD TV

   

"É uma situação que nunca pensei que chegaria a esse ponto, apesar de não ser a primeira vez que a a gente passa por um conflito. Das outras vezes, os conflitos eram através de foguetes e eu, particularmente, quanto ao foguete, não tenho medo, não tenho receio porque eu acredito no sistema de defesa de Israel. E quando se trata de foguetes, nós temos abrigos no próprio apartamento, nos prédios, nas ruas", explicou.

Nayla ressalta seu sentimento de preocupação e esperança de que o conflito se encerre com o resgate do maior número de pessoas.

"A família do meu marido que mora em Jerusalém, nessas últimas horas tem sido alvo de muitos foguetes, mas está todo mundo bem. A única coisa que a gente espera é que toda essa situação consiga se resolver. A gente não sabe até quando vai durar, eu espero que os nosso soldados consigam recuperar o maior número de pessoas que estão sequestradas em Gaza,  e, sinceramente, não tenho ideia de como isso vai acabar. Só nos resta esperar em casa, com segurança, e tentar ajudar ao máximo de pessoas possíveis que estão nessa zona de perigo, seja com doações de bens alimentares, roupas, e abrigando essas pessoas", revelou.

Mais de mil mortos

De acordo com o R7, o número de israelenses mortos nos confrontos Hamas-Israel passou de mil nesta terça-feira (10), o quarto dia desde a ofensiva do grupo terrorista no território israelense. Entre as vítimas do confronto estão também mais 700 palestinos. No total, 1.700 perderam a vida nos confrontos.

O Exército israelense anunciou que localizou 1.500 corpos de membros do Hamas, mas esse número não foi incluído na última atualização. Somado esse dado, os mortos nos confrontos passam de 3.000.

  

Ataques do grupo terrorista Hamas deixam mais de mil israelenses mortos RECORD TV

   

Israel atacou intensamento a Faixa de Gaza nos últimos dias. Até o momento, foram realizadas apenas ofensivas aéreas. Ainda segundo o R7, a expectativa é que os soldados israelenses iniciem uma missão por terra em breve. Situação que preocupa o mundo pela situação crítica que a população civil vai enfrentar.

Na segunda-feira (9), o ministro da Defesa de Israel anunciou o fechamento do cerco na região controlada pelo Hamas. Dessa forma, foi cortado o fornecimento de água, luz e combustíveis, além de impedir a entrada de alimentos.

Fonte: Portal A10+


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