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O médico que apareceu batendo boca com pacientes dentro do Hospital João Luiz de Moraes, na cidade de Demerval Lobão, no Piauí, foi identificado como Jelson Rui Piaulino Lima, de 29 anos. Em vídeo, o profissional relatou que a situação é uma “putaria” e que se os pacientes “frescassem” ele não atenderia mais ninguém. O registro ocorreu na tarde desta quinta-feira (27) e está viralizando nas redes sociais.
O diretor da unidade de saúde, Geraldo Júnior, relatou ao A10+ que após a divulgação do caso o profissional foi afastado imediatamente. No entanto, alguns pacientes entraram em contato rebatendo a versão e relataram que o médico ainda estaria atendendo no hospital esta tarde, fato negado pela direção.
Reprodução
O A10+ apurou que o médico é sobrinho de Rui Lima, um dos maiores jogadores da história do futebol local. Ele possui graduação em Medicina pela Faculdade de ciências humanas, exatas e de saúde do Piauí (2019) e tem experiência na área de Medicina, com ênfase em oncológica.
Nas imagens, divulgadas nas redes sociais, é possível ver o médico discutindo diretamente com uma mulher, que rebateu suas falas. Ele relatou que o hospital atende apenas urgência e emergência e falou ainda, de forma irônica, para ela atender outras pessoas que estavam passando mal em seu lugar. “Você, não é médica, eu que sei a prioridade dessa po**a aqui”, disse.
Geraldo Júnior, diretor do hospital de Demerval Lobão, afirmou que o médico foi afastado imediatamente após a diretoria ficar ciente do caso. Ele contou ainda que o médico não faz parte dos quadros da unidade hospitalar e que estava no local assumindo o plantão de outro profissional que ficou doente. No entanto, populares relataram ao A10+ que o médico atende com uma certa frequência no local.
"Ele é um plantonista que não é do quadro da escala, mas está assumindo um plantão por ocasião de um fato que aconteceu com um outro médico, que estava adoentado e não pôde vir. Ele estava adoentado e enviou esse médico para assumir o plantão por ele hoje. Tão logo tomamos conhecimento do fato, solicitamos imediato afastamento do médico do plantão e ja solicitamos as medidas cabíveis que couberem”, explicou o diretor ao A10+.
Paciente dá versão sobre o caso
O A10+ entrou em contato com uma paciente do hospital que presenciou a discussão desde o início. Ela contou que a mulher com quem o médico discutiu estava no local aguardando por atendimento para sua filha desde antes do meio dia e que a mesma observou que pessoas que chegaram depois dela com uma identificação de atendimento prioritário estavam sendo atendidas antes de sua filha.
“Ela [a mãe da criança] percebeu que pessoas que estavam chegando depois das 15h e que estavam com uma fita amarela de atendimento mais rápido estavam entrando. Ela se agoniou e pediu para a moça da recepção verificar por que estava demorando. A moça da recepção disse que teria que ver com o médico. Daí ele [médico] já saiu com gosto de gás", contou.
Reprodução
A paciente contou ao A10+ que o médico já teria chegado na recepção questionando ‘se a paciente sabia ler.’ “Ele disse ainda que se ela estava sentindo dor, ele também estava sentindo. Perguntou se a filha dela estava morrendo ou com alguma coisa do tipo e no final foi ele falando aquelas coisas do vídeo”.
A paciente relatou ainda que foi atendida, saiu do hospital e que chegou em casa pouco antes das 17h30; ela disse que o médico ainda estava atendendo no local quando ela saiu de lá.
O que diz a Sesapi?
A Direção do Hospital Estadual João Luis de Moraes esclarece que assim que tomou conhecimento do fato, afastou o plantonista que aparece nas imagens que circulam nas redes sociais. O Hospital se solidariza com os pacientes que presenciaram o ocorrido e informa que as providências cabíveis já foram tomadas.
A direção ressalta ainda que o hospital preza pelo bom atendimento dos seus pacientes e que promove reuniões periódicas sobre humanização e profissionalismo na abordagem aos usuário da unidade hospitalar, e que o episódio trata-se de ocasião pontual.
Outro lado
O A10+ não conseguiu contato com o médico para comentar o caso. O espaço segue aberto para esclarecimentos através do email: [email protected]
Fonte: Portal A10+
