Criança vítima de estupro é sobrinha de ex-capitão da PM, revela delegada - Polícia
CRIME

Criança vítima de estupro é sobrinha de ex-capitão da PM, revela delegada

Inquérito aponta autoria de Allisson Wattson em abusos contra a menina em sítio que trabalhava


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Após a prisão do ex-capitão da Polícia Militar, Allisson Wattson Silva Nascimento, realizada nesta quinta-feira (27), em Teresina, a polícia começa a revelar detalhes do novo crime cometido pelo PM. À TV Antena 10, a  delegada Lucivânia Vidal, titular da DPCA, afirma que a vítima era sobrinha de Allisson. Ela ficava em um sítio onde Allison alegava trabalhar como criador de porcos. Por ter parentesco, a vítima era deixada por familiares de Allisson na companhia do PM que aproveitava os momentos para abusar da menor. O PM chegou a negar que tinha contato com a vítima.   

Ex-capitão da PM teria abusado de criança há pelo menos 1 ano no Piauí; crime foi denunciado por mãe
Reprodução

   

"No interrogatório ele negou. Inclusive disse que nem tinha muito contato com a vítima. No entanto, as provas levam que a vítima e o acusado, a família, ficavam em um mesmo ambiente, em um sítio. Que era esse sítio que ele trabalhava em regime semiaberto. Durante o dia ele trabalhava nesse sítio e a noite se recolhia sistema penitenciário", explica a delegada. 

De acordo com a delegada, foi a própria mãe da vítima que levou o caso para as autoridades. A delegada também relata que em casos como estes a vítima mostra desconhecimento do inicio dos abusos devido ao trauma psicológico causado.

"Geralmente a vítima, em virtude da violência psicológica, no início nem percebe que está sendo abusada. Com o passar do tempo, fica difícil exigir da vítima quando se iniciou. Geralmente o acusado, e isso é uma regra, ele tem a confiança, tem a proximidade com a vítima. Ele está muito confortável no ambiente. Então para justiça ele estava trabalhando, no entanto ele estava usando daquele ambiente para cometer outro crime", relata a delegada. 

Expulso da PM e condenado pelo feminicídio da estudante de Direito Camilla Abreu, que era namorada de Allisson Wattson quando foi assassinada em outubro de 2017, Allison estava em regime semiaberto e ficava fora da prisão pela manhã para trabalhar, retornando a noite para cadeia. Agora preso preventivamente, a delegada afirma que o novo crime pode causar reflexos no regime semiaberto dado na condenação por feminicídio. 

"Referente a condenação do feminicídio, o comportamento do acusado, do réu, vai ter reflexos na condenação dele referente ao feminicídio. O bom comportamento é um dos requisitos e ele não cumpriu", explica.  

O inquérito do caso de estupro foi encerrado apontando o cometimento do crime pelo ex-PM. Agora, o Ministério Público deve encaminhar a representação para Justiça.

Caso Camilla Abreu

A estudante de Direito Camilla Abreu era namorada de Allisson Wattson quando foi assassinada em outubro de 2017Em depoimento à justiça, o ex-capitão afirmou que o tiro ocorreu de forma acidental, quando a jovem teria pego sua arma no banco do carro e tentou desarmá-lo durante uma briga. 

O crime ocorreu na estrada do Povoado Mucuim, zona Rural de Teresina.A expulsão do acusado foi decidida pelo pleno composto por 11 desembargadores e todos votaram a favor acreditando que a conduta do capitão Alisson é incompatível com o oficialato. Ele foi condenado durante Tribunal do Júri realizado no dia 25 de novembro de 2021, no Fórum Criminal de Teresina.

“A justiça é culpada”, diz pai de Camilla Abreu

Com sentimento de revolta, Jean Abreu, pai da estudante Camilla Abreu comentou o caso do ex-capitão da Polícia Militar do Piauí, Alisson Wattson que foi preso nesta semana sob suspeita de estuprar uma criança de apenas 7 anos. Em entrevista ao Balanço Geral Manhã, da TV Antena 10, ele comentou que a “justiça é culpada” pela liberdade do assassino de sua filha. 

  

“A justiça é culpada”, diz pai de Camilla Abreu após nova prisão de ex-capitão da PM no Piauí
Thracy Oliveira / TV Antena 10 / Reprodução

   

Os abusos, segundo a polícia, ocorriam há pelo menos 1 ano. O crime foi denunciado pela mãe da menina. “A justiça é culpada também, primeiro porque ele entrou no Estado com uma liminar porque não passou no teste psicotécnico. Esse juiz deu a arma pra ele, botou esse bandido travestido de polícia para tá fazendo o mal de tantas famílias. É lamentável essa situação”, comentou Jean Abreu. 

Ainda em entrevista, o pai de Camilla Abreu lamentou a decisão da justiça que, em dezembro de 2022, permitiu que Alisson Wattson cumprisse o restante da pena de 17 anos que foi condenado em regime semiaberto. A suspeita da polícia e que os abusos ocorreram justamente no período em que o ex-capitão da PM teve a oportunidade de sair do presídio para trabalhar. 

“O juiz botou regime semiaberto e na primeira oportunidade que ele teve, estuprou uma criança de 6 anos. Fica aqui minha indignação… um bandido desse jamais deveria estar no quadro da Polícia Militar. Quantas famílias ele deixou sofrendo? É um bandido que era travestido de polícia”, completou o pai de Camilla Abreu.

Fonte: Portal A10+


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