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A Polícia Civil do Piauí (PCPI) divulgou, nesta sexta-feira (15), novos detalhes sobre o assassinato de Alex Mariano Nascimento Moura, dentro de uma escola pública na zona Sul de Teresina na tarde desta quinta-feira (14).  Segundo o delegado Charles Pessoa, do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), o suspeitos de ser o autor do disparo, um menor de idade identificado como A.A.P., 17 anos, ainda não foi apreendido. 

Além do atirador, outro suspeito, maior de idade, também está foragido.Outros quatro envolvidos já foram capturados, sendo dois adultos (um homem e uma mulher) detidos e dois adolescentes.  

“A princípio efetuamos a prisão de dois maiores e apreensão de dois menores. Identificamos depois a participação de pelo menos mais duas pessoas, sendo um maior e um menor, que estão foragidos. Todos eles participaram diretamente do crime. São indivíduos com ligação com facções criminosas. Os quatro presos confessaram com riqueza de detalhes”, afirmou o delegado Charles Pessoa.

De acordo com o delegado, o atirador havia começado a frequentar a escola nesta semana. O grupo suspeitava que a vítima tivesse relação com a criminalidade organizada, especialmente após uma publicação nas redes sociais onde Alex aparece segurando uma arma de fogo. No entanto, segundo a polícia, a vítima não possui histórico criminal. 

“O A.A.P. saiu da escola, buscou uma arma e voltou para executar. Os outros indivíduos levaram o adolescente até o fundo da escola para que ele fosse executado. Uma ação que aconteceu em razão de uma interação conjunta onde menores e maiores participaram diretamente do crime. O atirador está foragido e um outro indivíduo que participou e que é maior de idade também está”, explicou o delegado.

O crime

Segundo a polícia um adolescente teria visto o post e mostrado a membros de uma organização criminosa da região. A vítima então foi abordada na escola por um trio que tomou seu celular, viu as imagens e desconfiou que Alex Mariano pertenceria a uma facção criminosa rival. Um dos envolvidos ficou com o celular da vítima e afirmou que retornaria para cometer o homicídio. 

Momentos depois, o executor, identificado apenas pelas iniciais A. A. P., voltou ao local e o adolescente que esclareceu os fatos à polícia teria sido o responsável por chamar a vítima com um pretexto de devolver o celular. Nesse momento Alex foi assassinado a tiros.

Fim da Delegacia do Menor e críticas ao Judiciário

O secretário de Segurança, Chico Lucas, anunciou o fechamento da Delegacia de Proteção ao Menor Infrator no Piauí. A medida ocorre após morte de um adolescente dentro de uma escola pública da zona Sul de Teresina. O suspeito de ser o atirador se trata de outro adolescente com extensa ficha criminal.

Com a decisão, as investigações deverão ocorrer por meio das outras delegacias especializadas do estado. O menor suspeito de autoria do homicídio, que ainda está foragido, possui diversos processos a serem julgados, segundo o secretário. 

"Nós ficamos de mãos atadas quando o sistema de responsabilização dos menores infratores não julga os processos. Anuncio agora que nós vamos encerrar a Delegacia de Proteção ao Menor, a Delegacia de Persecução Criminal dos Menores Infratores, para que os crimes cometidos por eles sejam investigados pela DHPP no caso de homicídio, pelo DRACO no caso que envolver organizações criminosas e pelo DENARC quando envolver tráfico de drogas e pelo DRFV quando for roubo, furto de veículos", afirmou. 

O secretário fez críticas à Vara da Infância e da Juventude e da Promotoria da Infância e Juventude com relação a essa lentidão no julgamento dos processos dos menores apreendidos. Inclusive, ele destaca a interferência do Ministério Público em não permitir que esses infratores sejam investigados por outras unidades policiais. Uma denúncia foi feita na corregedoria do órgão ministerial.

"Nós já denunciamos a promotora na corregedoria porque nós fizemos representações e está tudo fundamentado. Nós estamos aqui mais uma vez para dizer: se esse menor tivesse sido julgado, ele não teria matado outro menor. Essa morte, me desculpem, não está na nossa conta. Nós fizemos o nosso papel, nós prendemos, nós investigamos, nós fizemos palestras na escola, nós nos reunimos com a diretora, fizemos tudo o que estava a nosso alcance. Agora, se essa pessoa que é violenta e que deve ser segregada do convite social, não for encarcerada e cumprir a sua pena, infelizmente outras mortes, outros menores morrerão nesse contexto da violência que enfrentamos em Teresina. Nós sabíamos que esse menor ia matar alguém. Por que a juíza não prendeu ele? Tem que perguntar para a juíza. Ninguém questiona as autoridades oficiais, apenas a polícia", criticou.

Histórico criminal do atirador

Atirador: A.A.P., 17 anos

• 21 de janeiro: Apreendido em flagrante por roubo (AFAI), sendo internado no Centro Educacional de Internação Provisória (CEIP) por 45 dias. Durante a internação, foi conduzido novamente por dano e ameaça.
• Abril: A Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV) instaurou inquérito por novo crime, resultando em segunda internação, cumprida em 25 de maio.
• 14 de julho: Recebeu liberdade assistida e, menos de um mês depois, cometeu homicídio.

2024

• Janeiro: Flagrante por tentativa de roubo (AFAI).
• Fevereiro: Investigado pela Delegacia de Segurança e Proteção ao Menor (DSPM) por roubo.

Fonte: Portal A10+