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A Polícia Civil do Piauí (PCPI) indiciou Julieno da Silva Gonçalves, de 34 anos, pelos crimes de cárcere privado e pelo estupro qualificado. Julieno foi preso em junho desse ano, suspeito de estuprar e manter uma adolescente de 15 anos em cárcere privado em Teresina.
A adolescente desapareceu no dia 6 de junho, após sair da Escola Municipal Deputado Antônio Gayoso, localizada no bairro São Joaquim, zona Norte de Teresina. Ela foi encontrada no dia 10 de junho em um apartamento no bairro Parque Saci, zona Sul da capital.
“O inquérito começou a partir da prisão em flagrante do Juliano. As equipes do DHPP fizeram um trabalho excelente, conseguiram localizar a vítima na companhia dele em uma situação que eles identificaram como de cárcere privado e estupro. Ele foi autuado em flagrante, o caso veio para a DPCA e chegamos na conclusão do inquérito; o laudo toxicológico deu negativo e foi indiciado de fato pelo cárcere privado e pelo estupro qualificado pela idade da vítima. É um inquérito que tem muitas lacunas, tem muitas perguntas e respostas”, disse o delegado Hugo Alcântara à TV Antena 10.
Segundo o delegado, o inquérito está repleto de lacunas e não há respostas concretas para alguns questionamentos devido as versões dadas pelos dois.
"Ele foi ouvido, ele falou, ele se defendeu, mas é uma versão que não é muito verossímil, não conseguimos confirmá-la; a vítima foi ouvida em depoimento especial e na condição de menor de idade e vítima do crime de sexual. Ela tem o direito até de não falar se ela quiser evitar renovar o trauma. A vítima se demonstrou bem traumatizada, ainda bem abalada com tudo, não conseguiu responder, não se sentiu confortável. Restaram muitas lacunas, de como ela foi parar na casa dele é uma lacuna que a gente não conseguimos solucionar. Então o inquérito foi concluído com o que há de concreto, que é estar na casa dele por vários dias, ela possuir sinais no corpo de agressão física tanto no rosto, quanto no pescoço. Houve a ruptura do hímen recente, ela era virgem. Ela estava bem debilitada", relatou o delegado.
Hugo Alcântara ainda comentou sobre as informações de que a menina teria algum transtorno cognitivo.
"A família apresentou laudos mais antigos que reportavam uma questão de déficit cognitivo, um atraso de aprendizado e fala; não foi juntado aos altos laudos de autismo, outro tipo de transtorno e também nenhum tipo de laudo de incapacidade civil que poderia eventualmente levar a um estupro vulnerável caso ela não tivesse discernimento pra consentir. Então há um déficit cognitivo, mas segundo o que conversei com o pai não é algo plenamente incapacitante", contou à TV Antena 10.
O delegado relatou ainda que Julieno só falou no dia da prisão em flagrante e que depois não deu mais nenhum depoimento. "No momento o flagrante ele alegava que tinha encontrado a vítima no dia seguinte ao desaparecimento dela em uma praça, dizendo que ela se apresentou com outro nome e que acreditava que ela estava fugindo de abrigo e que levou ela pra casa e lá mantiveram relações sexuais consensuais. Só que essa versão não é fidedigna. Para os policiais ele relatou que não a conhecia, o que é improvável com a pessoa com mais de quatro dias dentro da sua casa", disse o delegado.
Julieno contou para a polícia que não sabia do desaparecimento da menina porque não assistia televisão nem acompanhada as notícias locais; na época, a busca pela adolescente foi um caso amplamente divulgado na mídia.
"Segundo os policiais que foram até o local, era uma casa bem precária, pequena. Tão logo eles chegaram e já conseguiram ver a vítima e o agressor deitados numa cama. É em um bairro relativamente perigoso", finalizou.
Fonte: Portal A10+