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Iphones de última geração, perfumes e bebidas importados. Todo esse material foi apreendido nos endereços de Gustavo de Carvalho Morais, apontado pela Secretaria de Segurança Pública do Piauí como um fornecedor de produtos contrabandeados para empresários no estado. Ele foi alvo de operação deflagrada na manhã desta quarta-feira (12), e conduzido para devidos esclarecimentos.
Com uma vida de alto padrão e movimentação financeira de aproximadamente R$ 3 milhões em apenas um ano, mas sem registro de qualquer atividade formal, Gustavo despertou a atenção da polícia e passou a ser investigado em um processo que revela a introdução irregular de produtos eletrônicos e bebidas no comércio local, sem documentação fiscal.

"Ele distribuía esses produtos para vários comerciantes aqui de Teresina, desde bebidas até eletrônicos, mas o forte dele eram os telefones, principalmente, iPhone. Também fizemos uma análise bancária, só para vocês terem uma ideia, em um ano ele movimentou mais de 3 milhões de reais. Esse investigado já tem passagem pela polícia pelo crime de receptação, porte ilegal e também documento falso. Verificamos também que ele transacionava com outras pessoas que já foram alvos de operações, como por exemplo o Maguin Cell, entre outros investigados", detalhou o delegado Matheus Zanatta em entrevista coletiva à imprensa.
O delegado Felipe Bonavides também deu detalhes da investigação. "Essa é uma pessoa que despertou interesse a partir do crescimento vertiginoso do seu patrimônio, do seu estilo de vida, sem que houvesse justificativa formal para isso. É uma pessoa que não tem empresa constituída em seu nome, não tem um comércio regular, não tem uma atividade declarada perante as instituições bancárias e tudo isso foi informado por diversas vezes em relatórios das instituições bancárias ao COAF, com todos esses eventos que demonstravam uma movimentação atípica, incompatível com a renda dessa pessoa. Além de transacionar com pessoas que eram investigadas, pessoas também com várias passagens por sonegação fiscal, entre outros crimes. Ele não tinha esse comércio que pudesse justificar qualquer outra atividade", acrescentou.
Pelo menos 15 empresários adquiriam produtos com o indivíduos em compras com grande volume de dinheiro. "O que a gente tem por certo eram transações bancárias de alta monta, feitas com várias pessoas, pessoas jurídicas e algumas pessoas físicas. São muitos, muitos, mais de 15, a grande maioria alvo da operação Interditados", pontuou.
Produtos armazenados em apartamentos sem moradores
O indivíduo guardava os produtos, principalmente, trazidos do Paraguai e os armazenava em apartamentos na zona Leste de Teresina. Inclusive, ele havia chegado de viagem do país vizinho, na noite de ontem."Eram apartamentos residenciais, na zona Leste de Teresina, onde ele estocava esses produtos. Vale dizer que a apreensão de hoje é apenas uma parte, porque a gente sabe que a movimentação é constante. Então, a gente mesmo teve informações de que ele trouxe do exterior, e outras pessoas visitaram o local e saíram, ou seja, havia essa distribuição. Grande parte das pessoas com quem ele mais se relaciona são justamente esses comerciantes de eletrônicos. A coisa chega e rapidamente já é dissipada. Mas nós conseguimos aprender não só celulares e produtos em geral, como também de anotações que demonstram uma atividade muito intensa e injustificada de acordo com o que ele declara perante as autoridades", destacou.
De acordo com a polícia, Gustavo ostentava um padrão de vida de vida elevado, morando em casa avaliada em mais de R$ 3 milhões em um condomínio de luxo. Um veículo de quase R$ 500 mil também foi apreendido. "A julgar pela quantidade de itens pessoais de alto valor, de vestuário, estilo de vida mesmo, e uma casa de mais de 3 milhões. Era uma casa muito boa em um condomínio. e também tinha uma SW4 de nova, de quase 500 mil reais", disse.
Durante o cumprimento dos mandados, os policiais encontraram uma carteira, na qual Gustavo se identificava como membro do Sindicato de Hoteleiros e Garçons do Piauí. "A última coisa informal que ele tinha encontramos um cartão, que era do sindicato dos garçons, que ele integrava. Fora isso, apesar de alegações, ele não tinha nenhum vínculo formal dele com alguma atividade", explicou.

Segundo o delegado, a logística para trazer os produtos para o Piauí ainda está em análise. "Ele arranjava alguma maneira de trazer consigo porque ele fazia essas viagens, mas os detalhes ainda de como era essa logística para ingresso é que a gente não sabe dizer. O que nós podemos afirmar é que não havia nenhum ingresso formal de acordo com as nossas normas aduaneiras", detalhou.
Gustavo será ouvido durante esta quarta-feira (12), e os delegados destacaram que a operação terá novos desdobramentos.
Fonte: Portal A10+