Bolsonaro foi citado mais de 75 vezes por defesas em 1ª semana de julgamento da trama golpista - Política
JULGAMENTO

Bolsonaro foi citado mais de 75 vezes por defesas em 1ª semana de julgamento da trama golpista

Advogado de Augusto Heleno, o que mais falou nome do ex-presidente, afirmou que os dois se distanciaram


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O ex-presidente Jair Bolsonaro foi o nome mais citado durante a primeira semana do julgamento dos oito réus do núcleo central acusados de articular uma tentativa de golpe de Estado no Brasil após as eleições de 2022.

Nas sustentações orais apresentadas pelos advogados, ao longo de dois dias, todos mencionaram o ex-presidente em algum momento. O nome dele aparece 76 vezes no levantamento feito pelo R7 a partir das transcrições das sessões do julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal).

 

Bolsonaro foi citado mais de 75 vezes por defesas em 1ª semana de julgamento da trama golpista Ton Molina/STF

 

Além das defesas, o ministro Alexandre de Moraes citou Bolsonaro 46 vezes na leitura de seu relatório, que abriu o julgamento na última terça-feira (2).

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, mencionou o ex-presidente em 25 ocasiões durante a manifestação da PGR (Procuradoria-Geral da República).

O total de referências é ainda maior, já que outras menções feitas sem o uso direto do nome não entraram na contagem.

A defesa que mais citou Bolsonaro foi a do advogado Matheus Mayer Milanez, representante do general Augusto Heleno. Ele mencionou o ex-chefe do Executivo ao menos 23 vezes, mas procurou enfatizar que ambos não tinham tanta proximidade.

Considerado uma espécie de consultor de Bolsonaro durante o governo, Augusto Heleno teria se afastado após a filiação do ex-presidente ao PL, em 2021, e a aproximação com o Centrão.

“Quando o presidente Bolsonaro se aproxima dos partidos de Centrão e tem sua filiação ao PL, inicia-se sim um afastamento no sentido da cúpula do poder. Claro que não existia um afastamento 100%, até porque se fosse um afastamento 100%, ele desembarcaria do governo e deixaria de ser apoiador do presidente. Mas publicamente ele sempre foi apoiador do presidente, continuou sendo e defendeu”, afirmou Milanez.

O advogado Demóstenes Torres, que defende o almirante Almir Garnier Santos, mencionou Bolsonaro 15 vezes em sua sustentação — mais do que os próprios advogados do ex-presidente, que o citaram em 14 ocasiões.

Ele iniciou sua fala dizendo que aprecia tanto o ministro Alexandre de Moraes quanto Bolsonaro e chegou a afirmar que levaria cigarro ao ex-presidente em qualquer circunstância, se necessário.

“Se tivesse Bolsonaro querido o evento do dia 8 de janeiro, com um simples assobio ele botava lá 200 mil pessoas, não duas mil. Essa narrativa do 8 de janeiro é bastante inverossímil”, declarou.

Poucas referências ao ex-presidente

A defesa do deputado e ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alexandre Ramagem, negou que ele tenha repassado a Bolsonaro informações falsas para atacar o sistema eleitoral durante a pré-campanha.

“Ramagem não atuou para orientar o presidente da República, não era um ensaísta de Jair Bolsonaro. Ramagem compilava pensamentos do presidente da República”, disse o advogado Paulo Pinto.

Já os advogados do general Walter Braga Netto, do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, do general Paulo Sérgio Nogueira e do ex-ministro da Justiça Anderson Torres mencionaram Bolsonaro poucas vezes.

A defesa de Paulo Sérgio destacou reiteradas vezes que o general tentou dissuadir Bolsonaro de adotar medidas de exceção. A defesa de Cid, por sua vez, concentrou-se em rebater a acusação de que ele teria sido coagido, negando descumprimento do acordo de colaboração premiada, o que afastaria seus benefícios.

O advogado de Anderson Torres procurou afastar a acusação de que o ex-ministro teria deixado o país deliberadamente às vésperas dos atos de 8 de janeiro, apresentando como prova uma passagem aérea emitida em novembro.

Perguntas e Respostas

  •  Qual foi o papel de Jair Bolsonaro no julgamento da trama golpista?

 Jair Bolsonaro foi o nome mais citado durante a primeira semana do julgamento dos oito réus acusados de comandar uma tentativa de golpe de Estado no Brasil após as eleições de 2022. Seu nome foi mencionado 76 vezes nas sustentações orais dos advogados dos réus e 46 vezes pelo ministro Alexandre de Moraes durante a leitura de seu relatório.

  • Quem mais citou Bolsonaro durante o julgamento?

O procurador-Geral da República, Paulo Gonet, mencionou o ex-presidente 25 vezes em sua sustentação oral. Além disso, o advogado Matheus Mayer Milanez, que defende o general Augusto Heleno, foi o que mais citou Bolsonaro, com pelo menos 23 menções, embora tenha destacado que eles não eram tão próximos.

  • Qual foi a relação entre Augusto Heleno e Jair Bolsonaro segundo a defesa?

 O advogado Matheus Mayer Milanez afirmou que, após a filiação de Bolsonaro ao PL em 2021 e sua aproximação com o Centrão, houve um distanciamento entre ele e Augusto Heleno. Milanez ressaltou que, apesar desse distanciamento, Heleno continuou a ser um apoiador público de Bolsonaro.

  • Como os advogados se referiram a Bolsonaro durante as defesas?

Demostenes Torres, advogado do almirante Almir Garnier Santos, citou Bolsonaro 15 vezes, mais do que os advogados do próprio ex-presidente, que o mencionaram 14 vezes. Torres fez comentários sobre a capacidade de mobilização de Bolsonaro, sugerindo que ele poderia reunir uma grande multidão se quisesse.

  •  O que foi dito sobre Alexandre Ramagem e sua relação com Bolsonaro?

 A defesa do deputado e ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, negou que ele tenha passado informações falsas a Bolsonaro para atacar o sistema de votação durante a pré-campanha. O advogado Paulo Pinto afirmou que Ramagem não orientou o presidente, mas compilava seus pensamentos.

  •  Como foi a abordagem dos outros réus em relação a Bolsonaro?

 Os outros réus, como o general Walter Braga Netto e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, mencionaram Bolsonaro poucas vezes. A defesa de Paulo Sérgio Nogueira destacou que ele tentou demover Bolsonaro de medidas de exceção, enquanto a defesa de Cid se concentrou em rebater acusações de coação.

  •  Qual foi a estratégia da defesa de Anderson Torres?

 A defesa de Anderson Torres buscou provar que ele não deixou o país deliberadamente antes dos atos violentos de 8 de janeiro, apresentando um bilhete aéreo emitido em novembro como evidência.

Fonte: R7


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