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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou, nesta quarta-feira (28/5), cidades de Paraíba e Pernambuco para inauguração de obras ligadas à transposição do Rio São Francisco. Durante a cerimônia, Lula comentou sobre a dificuldade histórica que o povo nordestino enfrenta com a seca e disse que “Deus deixou o sertão sem água” porque sabia que ele seria presidente do Brasil para resolver o problema histórico.

“É preciso saber o que é, muitas vezes, aqui no Nordeste, a mãe dava cachaça para uma criança para poder matar a fome ou enganar a fome dela. (…) Eu não tô falando de 10 anos, tô falando de 179 anos que se prometia água para essa região. E eu, graças a Deus, descobri uma coisa. Deus deixou o sertão sem água porque ele sabia que ia ser presidente da República e que eu ia trazer água para cá. Ele sabia que somente uma pessoa que tinha passado fome, somente uma pessoa que com 7 anos de idade carregava pote d’água na cabeça, por isso é que eu não tenho pescoço, é perfeito meu pescoço sabe ter que carregar pote na cabeça. Somente uma pessoa que tinha passado por essa experiência era possível trazer água para cá”, disse o presidente.

A ida do petista ao Nordeste estava em suspenso depois que o presidente teve um quadro de labirintite na segunda-feira (26/5). O chefe do Planalto cancelou a agenda daquele dia para repousar depois de passar mal, mas retornou a agenda na terça-feira (27/5) e manteve as viagens previstas para semana.

Veja o momento

Obras

“A transposição do Rio São Francisco não era para fazer piscina com onda para os grã-finos do Nordeste pudessem surfar, como a gente vê na televisão. Não era para fazer uma praia para que a gente atraísse o turista do exterior para vir ao Brasil”, disse Lula, em discurso.

Segundo o presidente, “era uma coisa mais simples e uma coisa mais sagrada. A transposição do Rio São Francisco tinha como objetivo dar aquilo que deu a todo mundo, que é um copo para beber para 12 milhões de pessoas que viviam no semiárido brasileiro”, explicou o chefe do Palácio do Planalto.

O presidente Lula, assim como alguns ministros, reforçaram que a primeira parte da obra o governo federal tem feito, mas destacaram que para a água chegue na casa das pessoas que moram em áreas mais remotas, é necessário uma parceira entre as gestões municipais e estaduais.

“Essa água tem que chegar no pequeno agricultor, porque o grande tem dinheiro para comprar motor, tem dinheiro para comprar trator, tem dinheiro para comprar bomba. O pobre não tem. Então, cabe outra vez ao governo do estado, ao governo federal e ao prefeito fazer parceria para que a gente faça com que essa água faça, definitivamente, e a gente veja o semiárido nordestino, as cidades que nunca tiveram água, produzir”, finalizou o petista.

Fonte: Metrópoles