‘Não ia me submeter à maior vaia da história’, diz Bolsonaro por não passar faixa a Lula - Política
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‘Não ia me submeter à maior vaia da história’, diz Bolsonaro por não passar faixa a Lula

Ex-presidente foi interrogado nesta terça-feira pelo ministro Alexandre de Moraes no STF


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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi interrogado nesta terça-feira (10) pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes na ação penal por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Durante a audiência, Bolsonaro comentou o fato de não ter passado a faixa presidencial a Luiz Inácio Lula da Silva em 2023. O ex-presidente disse que quis evitar “a maior vaia da história do Brasil”.

 
‘Não ia me submeter à maior vaia da história’, diz Bolsonaro por não passar faixa a Lula
Divulgação
 

“Tínhamos que entubar o resultado das eleições. E poderia até vossa excelência perguntar: ‘Por que não passou a faixa?’. Eu não ia me submeter à maior vaia da história do Brasil. O senhor há de concordar comigo”, disse Bolsonaro ao ministro Alexandre de Moraes.

“Não passei porque não ia me submeter a passar a faixa para esse atual mandatário que está aí”, completou o ex-presidente.

O que Bolsonaro disse no interrogatório?

Durante o interrogatório, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que, apesar de ter se reunido com os comandantes das Forças Armadas em dezembro de 2022, as conversas não envolveram qualquer plano de ruptura institucional.

Ele citou encontros com o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e os comandantes das Forças Armadas, reforçando que os temas abordados se limitavam a questões constitucionais, como o uso da GLO (Garantia da Lei e da Ordem) diante das manifestações e bloqueios nas ruas. Bolsonaro enfatizou que nunca houve discussões que extrapolassem os limites da Constituição.

Bolsonaro negou veementemente a existência ou discussão de qualquer “minuta de golpe” e afirmou que sempre atuou “dentro das quatro linhas da Constituição”. Disse que o termo “minuta” foi usado de forma maliciosa e que jamais se falou em golpe com os militares. Ele também minimizou as suposições de que haveria um plano articulado, alegando que reuniões com militares eram comuns durante seu mandato e não tinham caráter conspiratório.

Ao ser questionado sobre suas críticas ao sistema eleitoral, Bolsonaro reafirmou sua defesa do voto impresso desde 2012, destacando que suas declarações contra as urnas eletrônicas faziam parte de um debate legal e político.

Ele negou ter acusado o TSE de fraudes de forma direta ou leviana, sustentando que suas dúvidas tinham base em manifestações públicas e documentos, como os da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais, que apontariam vulnerabilidades no sistema eletrônico.

Durante a audiência, o ministro Alexandre de Moraes interrompeu Bolsonaro para afirmar que o inquérito não trata de falhas nas urnas eletrônicas, mas sim de uma tentativa de golpe de Estado.

Moraes foi firme ao dizer que as investigações são sobre a abolição violenta do Estado Democrático de Direito, deixando claro o foco da investigação.

Após isso, Bolsonaro pediu desculpas a Moraes por tê-lo acusado, junto a outros ministros do STF, de receber propina para favorecer Lula nas eleições.

Por fim, Bolsonaro negou ter pressionado o então ministro da Defesa para alterar ou atrasar a entrega do relatório das Forças Armadas sobre o processo eleitoral, que não apontou fraudes.

Ele afirmou que sempre teve uma relação respeitosa e sem autoritarismo com seus ministros. Em tom irônico, Bolsonaro chegou a convidar Moraes para ser seu vice em 2026, convite prontamente recusado pelo ministro.

Fonte: R7


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