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Após meses de ameaça e, enfim, a publicação das tarifas impostas pelos Estados Unidos para produtos brasileiros, o governo tenta responder para conter os prejuízos. A taxa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos produtos brasileiros comprados pelos EUA começa a valer nesta semana.
A taxação deve alcançar 35,9% dos produtos brasileiros que são exportados, segundo projeção divulgada pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (veja abaixo).
Daniel Torok/ Official White House Photo
A expectativa do governo federal é correr atrás do tempo perdido e atuar em diversas frentes para conseguir mitigar os danos do tarifaço, após deixar de lado a possibilidade de diálogo anterior.
Para interlocutores do Planalto, o momento é de se esgotar as vias políticas na mesa de negociação.
Publicamente, os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e o vice-presidente e também ministro do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmaram que as negociações começam agora, após a formalização do decreto das tarifas na última quarta-feira (30) por Donald Trump.
A possibilidade de adotar uma postura de reciprocidade, ou seja, também impor aos Estados Unidos tarifas sobre os produtos norte-americanos não é descartada. Mas o Planalto vê como uma saída de segundo plano.
Na prática
Geraldo Alckmin deve se reunir nos próximos dias com alguns representantes dos setores mais afetados pelo tarifaço.
A partir disso, o governo deve começar a divulgar medidas de contingenciamento para garantir a estabilidade da produção nacional e manter os empregos. Esses dois pilares são a prioridade do governo.
Haddad também deve ter uma nova reunião com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent. A data, no entanto, ainda não foi confirmada, mas já houve contato e uma sinalização positiva da assessoria do secretário norte-americano ao encontro.
O ministro da Fazenda tinha se encontrado com Bessent no começo do ano, quando esteve na Califórnia para um evento de banco de dados.
Impacto nas exportações brasileiras
Os produtos afetados pelo tarifaço, segundo o balanço do governo, tiveram uma venda de exportação para o país correspondente a US$ 14,5 bilhões em 2024.
A projeção considerou regras de aumento e exceções pela Casa Branca. As taxas entram em vigor em 6 de agosto e atingem produtos fundamentais para o setor produtivo brasileiro, como carne e café. Por outro lado, quase 700 produtos brasileiros não serão tarifados.
A lista de exceções alcança 45% das vendas aos Estados Unidos, de acordo com o levantamento. No caso dos produtos beneficiados, o valor arrecadado em 2024 corresponde a US$ 18 bilhões.
Em outra frente, o ministério aponta que 19,5% das exportações brasileiras seguem tarifas específicas, de acordo com padrões internacionais. Esses valores correspondem a US$ 7,9 bilhões.
“Essas tarifas foram adotadas com base em segurança nacional (Seção 232) e, sobre esses produtos, não se aplica a medida anunciada ontem. No caso de autopeças, por exemplo, a alíquota é de 25%, aplicável a todas as origens”, afirma o ministério em nota.
Fonte: R7